Cultura de células e tecidos
Células podem ser mantidas vivas e estudadas fora do corpo, o que é muito útil para se pesquisar
o efeito isolado de moléculas naturais ou fármacos sobre um tipo de célula ou tecido. A cultura de
células possibilita também a análise direta do comportamento de células vivas por meio de um
microscópio, e, além disso, várias experiências que não podem ser realizadas em um animal vivo
podem ser feitas in vitro.
Figura 1.10
Radioautogramas de glândulas salivares submandibulares de um camundongo que foi injetado com 3H-fucose 8 h antes do sacrifício. A. Ao
microscópio de luz, observam-se grãos negros de prata (setas), que indicam as regiões celulares que estão radioativas. A maior parte da radioatividade está
localizada nos grânulos citoplasmáticos das células dos ductos glandulares. (Médio aumento.) B. Tecido preparado para observação em microscópio eletrônico de
transmissão. Observe os grãos de prata que aparecem como estruturas enoveladas (setas) localizadas principalmente sobre os grânulos citoplasmáticos (G) e no
lúmen (L) dos túbulos. (Grande aumento.) (A e B. Cortesia de T.G. Lima e A. Haddad.)
Enquanto em um organismo complexo as células são banhadas pelo plasma sanguíneo que contém
centenas de substâncias diferentes, quando cultivadas in vitro elas são cultivadas em soluções de
composição conhecida (sais, aminoácidos, vitaminas) às quais são frequentemente adicionados
componentes do soro. Para preparar culturas de um tecido ou órgão, as células devem ser
inicialmente separadas mecanicamente ou por meio de tratamento enzimático. Uma vez isoladas, as
células podem ser cultivadas em suspensão ou colocadas sobre uma placa de Petri ou sobre uma
lamínula de vidro, superfícies sobre as quais as células aderem e crescem sob forma de uma única
camada de células (Figura 1.12 ). Todos os procedimentos com células e tecidos vivos devem
obviamente ser executados em área estéril, usando-se soluções e equipamento estéreis.
Figura 1.11
Radioautogramas de cortes de órgãos de um rato que foi injetado com 3H-timidina. Os radioautogramas foram expostos durante um tempo muito
longo, e, por essa razão, os núcleos radioativos se tornaram fortemente marcados e aparecem cobertos por uma grande quantidade de grânulos escuros. A. Muitas
células epiteliais estavam se dividindo na base das glândulas intestinais (setas), mas nenhuma no restante das vilosidades. B. Um corte de linfonodo mostra que a
divisão de suas células ocorre principalmente nos centros germinativos desta estrutura (seta). (A e B. Cortesia de Telma M.T. Zorn, Mauricio Soto-Suazo, Cleusa
M.R. Pellegrini e W.E. Stumpf.)
Figura 1.12
Fotomicrografia de células deciduais de camundongo cultivadas in vitro e observadas por microscopia de contraste de fase. Observam-se várias
células de diferentes formas, algumas arredondadas outras alongadas. Seus núcleos são bem visíveis, e muitos contêm um ou dois nucléolos no seu interior. O
citoplasma ao redor dos núcleos contém muitas organelas. (Médio aumento. Cortesia de Fabiano G. Costa.)
Para saber mais
Linhagens de células
Culturas feitas com células obtidas diretamente de animais são chamadas
culturas primárias
. A maioria das células
obtidas de tecidos normais tem uma duração de vida finita, programada geneticamente. Muitos tipos de células
originalmente isolados a partir de tecidos normais ou patológicos e mantidos in vitro constituem agora
linhagens
permanentes de células
, as quais podem ser mantidas indefinidamente em cultura. Para tornar possível essa
“imortalidade” de células normais, é necessário submetê-las a um processo chamado de
transformação
.
Histologia aplicada
A cultura de células tem sido extensamente usada para o estudo do metabolismo de células normais e cancerosas e
para o desenvolvimento de novos fármacos. Esta técnica também é útil para o estudo de microrganismos que só
crescem no interior de células, como os vírus, o Mycoplasma e alguns protozoários.
Em citogenética, a determinação do cariótipo (o número e a morfologia dos cromossomos de um indivíduo) pode ser
realizada pelo cultivo de linfócitos do sangue ou de fibroblastos da pele. Examinando células durante a divisão mitótica,
podem-se descobrir anomalias no número e na morfologia dos cromossomos, que podem ser correlacionadas com
várias doenças genéticas. Além disso, a cultura de células é essencial para a aplicação de técnicas modernas de
biologia molecular.
Fracionamento celular
Organelas e outros componentes das células e tecidos podem ser purificados e isolados por meio
de uma técnica chamada fracionamento celular. Trata-se de um processo físico pelo qual é usada
força centrífuga para separar organelas e componentes celulares em função de seus coeficientes de
sedimentação. O coeficiente de sedimentação de uma partícula depende de seu tamanho e de sua
forma, bem como da densidade e viscosidade do meio em que está suspensa (Figura 1.13 ). A
composição química e as funções das organelas e moléculas podem então ser estudadas in vitro. As
frações obtidas por essas técnicas podem ser analisadas ao microscópio eletrônico para verificar sua
pureza (Figura 1.14 ).
Histoquímica e citoquímica
Os termos
histoquímica
e
citoquímica
são usados para indicar métodos que identificam e
localizam substâncias em células e matriz extracelular, seja em cortes histológicos ou em células
cultivadas. Há vários procedimentos para obter essas informações, a maioria baseada em reações
químicas específicas ou em interações de alta afinidade entre moléculas. Esses métodos normalmente
originam substâncias insolúveis coloridas (para microscopia de luz ) ou elétron-densas (para
microscopia eletrônica).
Figura 1.13
O fracionamento celular possibilita o isolamento de componentes da célula por meio de centrifugação diferencial. A coluna de desenhos à direita da
figura mostra as organelas celulares obtidas ao fundo de cada tubo após cada centrifugação. A força centrífuga é expressa em unidades g, equivalentes à força da
gravidade. A. Um fragmento de tecido é picado com uma navalha de barbear ou com tesoura e depois dissociado com um homogeneizador ou por ultrassom. B. O
tecido dissociado permanece em repouso durante cerca de 20 min para que grumos não dissociados e fibras da matriz extracelular precipitem. C. O sobrenadante é
centrifugado a 1.000 g por 20 min. Os núcleos são precipitados no fundo do tubo. D. O sobrenadante é centrifugado a 10.000 g por 20 min. Mitocôndrias e
lisossomos precipitam. E. O sobrenadante é centrifugado a 105.000 g por 120 min. Os microssomos precipitam. F. Se o sobrenadante é tratado com desoxicolato de
sódio antes da centrifugação, os microssomos se dissociam e precipitam separadamente como ribossomos e membranas do retículo endoplasmático granuloso.
(Adaptada e reproduzida, com autorização, de Bloom W, Fawcett DW: A Textbook of Histology, 9th ed. Saunders, 1968.)
Figura 1.14
Micrografias eletrônicas de três frações celulares isoladas por centrifugação em gradiente de densidade. A. Fração de mitocôndrias contaminada
com retículo endoplasmático. B. Fração de microssomos. C. Fração de lisossomos. (Grande aumento. Cortesia de P. Baudhuin.)
Íons
Vários íons (p. ex., cálcio , ferro, fosfato) podem ser localizados em tecidos, usando reações
químicas que produzem produtos insolúveis escuros ou coloridos (Figura 1.15 ).
Ácidos nucleicos
O DNA pode ser identificado e quantificado nos núcleos das células por meio da reação de
Feulgen, que produz cor vermelha no DNA. O DNA e o RNA também podem ser evidenciados pela
coloração de células ou cortes de tecidos com corante básicos.
Proteínas
Embora haja métodos gerais para detectar proteínas em células e cortes de tecidos, os métodos
histoquímicos normalmente não possibilitam localização de proteínas específicas, o que pode ser
feito pela
imunocitoquímica
(ver mais adiante neste capítulo).
Há, porém, vários métodos histoquímicos que revelam com maior ou menor especificidade um
grupo grande de proteínas, as enzimas.
Para saber mais
Métodos histoquímicos para detecção de enzimas em cortes
Estes métodos geralmente aproveitam a capacidade das enzimas para reagir com ligações químicas específicas.
A maioria dos métodos histoenzimáticos funciona do seguinte modo:
• Cortes de tecidos são imersos em uma solução que contém o substrato da enzima cuja existência se quer verificar, e,
dessa maneira, é possível que a enzima existente nas células ou matriz interaja com seu substrato
• O corte é posto em contato com uma substância marcadora que reage com uma molécula resultante da degradação ou da transformação do substrato
• O produto final da reação, que deve ser insolúvel, precipita sobre o local que contém a enzima, denunciando-a; esse
produto final deve ser colorido ou elétron-denso para ser visível por microscopia de luz ou eletrônica.
Ao examinar um desses cortes ao microscópio, é possível observar as células (ou organelas) cobertas com um
material colorido ou elétron-denso.
Alguns exemplos de enzimas que podem ser detectadas são:
Fosfatases:
são enzimas amplamente encontradas no organismo. Elas clivam a ligação entre um
grupo fosfato e um resíduo de álcool de moléculas fosforiladas. O produto final da reação é
insolúvel e colorido, geralmente fosfato ou sulfeto de chumbo. Por essas técnicas podem-se
detectar fosfatases alcalinas que têm sua atividade máxima em um pH alcalino (Figura 1.16 ).
Frequentemente se usa uma reação de detecção de fosfatases ácidas para demonstrar por
microscopia de luz ou eletrônica
lisossomos
, organelas citoplasmáticas que contêm grande
quantidade dessas enzimas (Figura 1.17 )
Figura 1.15
Fotomicrografia de um corte de osso tratado por uma técnica histoquímica para demonstrar íons cálcio. Os precipitados escuros na parte inferior da
figura indicam a existência de fosfato de cálcio no osso e na cartilagem calcificada . Tecido cartilaginoso não calcificado (corado em alaranjado) está na metade
superior da figura. (Médio aumento.)
Figura 1.16
Fotomicrografia de corte de rim tratado pelo método de Gomori para demonstrar a enzima fosfatase alcalina. As regiões em que essa enzima é
encontrada aparecem escuras em razão do precipitado de sais de chumbo (setas). (Médio aumento.)
Desidrogenases:
removem hidrogênio de um substrato e o transferem a outro. Há muitas
desidrogenases nas células, onde elas têm um papel importante em vários processos metabólicos. A
demonstração histoquímica de desidrogenases consiste em incubar cortes de tecidos não fixados
em uma solução que contém uma molécula que, ao receber hidrogênio, precipita sob forma de uma
substância colorida insolúvel. Por esse método, a succinodesidrogenase – enzima fundamental do
ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs) – pode ser localizada nas mitocôndrias
Peroxidase
: a peroxidase, existente em vários tipos celulares, é uma enzima que promove a
oxidação de certos substratos e a transferência de íons de hidrogênio para peróxido de hidrogênio,
produzindo ao mesmo tempo moléculas de água. A atividade de peroxidase em células de sangue ,
que é importante no diagnóstico de leucemias, pode ser evidenciada por esse método. Uma vez que
a peroxidase é uma enzima extremamente ativa e produz rapidamente uma quantidade apreciável de
precipitado insolúvel, ela tem uma importante aplicação prática: ser usada para marcar outras
moléculas. Moléculas de peroxidase podem ser extraídas de vegetais, isoladas e acopladas com
outras moléculas. Mais adiante neste capítulo serão estudadas várias aplicações da marcação de
moléculas com peroxidase.
Para saber mais
Como se faz a detecção de peroxidase
Para a detecção de peroxidase, células ou cortes de tecido são incubados em uma solução que contém peróxido de
hidrogênio e 3,3-diaminoazobenzidina. Esta última substância é oxidada na presença de peroxidase, resultando em um
precipitado insolúvel marrom ou elétron-denso que possibilita a localização da atividade de peroxidase em microscópios
de luz e eletrônicos.
Polissacarídios e oligossacarídios
Os polissacarídios do nosso organismo existem livre s ou combinados com proteínas e lipídios.
Quando combinados, eles constituem um grupo de moléculas heterogêneo e extremamente complexo.
Eles podem ser demonstrados pela reação de ácido periódico-Schiff (PAS), que se baseia na
transformação de radicais 1,2-glicol encontrados nos açúcares em resíduos de aldeído. Esses
resíduos são, em seguida, revelados pelo reagente de Schiff, que produz uma coloração púrpura ou
magenta nos locais do corte em que há muitos polissacarídios.
Um polissacarídio livre muito encontrado no organismo é o glicogênio, que pode ser demonstrado
pela reação de PAS em fígado, músculo estriado e outros tecidos em que se acumula.
Glicoproteínas
são moléculas de proteínas associadas a cadeias pequenas e ramificadas de açúcares
(oligossacarídios). A cadeia proteica predomina em peso e volume sobre a cadeia de
oligossacarídio. Enquanto algumas glicoproteínas não contêm nenhum grupo ácido (glicoproteínas
neutras) e são PAS-positivas, outras têm radicais carboxila ou sulfato. A Figura 1.18 mostra
estruturas coradas pela reação de PAS.
Figura 1.17
Detecção de fosfatase ácida. Micrografia eletrônica de uma célula de rim de rato que mostra três lisossomos (L) junto de um núcleo (N). O
depósito escuro no interior dos lisossomos é fosfato de chumbo que precipitou nos locais em que havia fosfatase ácida. (Grande aumento. Cortesia de E.
Katchburian.)
Glicosaminoglicanos
são polissacarídios não ramificados, fortemente aniônicos, que contêm
monossacarídios aminados (aminoaçúcares). Quando um grande número de cadeias de
glicosaminoglicanos se prende ao longo de um eixo proteico, elas constituem os proteoglicanos.
Alguns dos componentes mais importantes da matriz extracelular do tecido conjuntivo são
proteoglicanos (ver mais detalhes sobre essas moléculas nos Capítulos 5 e 7). Diferentemente das
glicoproteínas, nos proteoglicanos as cadeias de carboidrato constituem o componente principal da
molécula. Glicosaminoglicanos e glicoproteínas ácidas são fortemente aniônicas por causa do seu
alto conteúdo de grupos carboxila e de sulfato. Por essa razão, eles reagem intensamente com o
corante alcian blue.
Lipídios
O melhor meio utilizado para revelar lipídios são os corantes que são solúveis em lipídios. Cortes
obtidos por congelação são imersos em soluções alcoólicas saturadas com esses corantes (os
corantes sudan IV e sudan black são os mais usados). O corante se dissolve nas gotículas de lipídios,
as quais adquirem a cor do corante. Métodos adicionais usados para a localização de colesterol e
seus ésteres, de fosfolipídios e de glicolipídios são úteis para diagnosticar doenças metabólicas em
que há acúmulo intracelular de diferentes tipos de lipídios.
Figura 1.18
Fotomicrografia de vilosidades intestinais coradas pela técnica de ácido periódico-Schiff (PAS). No epitélio de revestimento simples cilíndrico que
reveste essas vilosidades, há células secretoras de muco denominadas células caliciforme s. A secreção dessas células aparece intensamente corada pelo PAS
devido ao alto conteúdo de polissacarídios do muco. Essas células têm a forma de uma taça de vinho, em que o pé da taça contém o núcleo e a porção alargada, a
secreção . A intensa coloração de uma faixa na superfície das células do revestimento epitelial é chamada bordadura estriada, que é constituída por uma grande
quantidade de microvilosidades em cuja superfície existem muitos polissacarídios. Corte contracorado com hematoxilina para demonstrar os núcleos. (Médio
aumento.)
Histologia aplicada
Muitos procedimentos histoquímicos são usados em diagnóstico laboratorial de várias doenças. A reação de Perls
para ferro, as reações de PAS-amilase para glicogênio e Alcian blue para glicosaminoglicanos são habitualmente
aplicadas a biopsias de tecidos de pacientes nos quais se quer diagnosticar doenças em que se acumulam nos tecidos
quantidades elevadas de ferro (p. ex., hemocromatose, hemossiderose), glicogênio (glicogenoses), glicosaminoglicanos
(mucopolissacaridoses) e esfingolipídios (esfingolipidoses).
Detecção de moléculas em cortes histológicos por meio de interações moleculares de alta afinidade
Uma molécula em uma célula ou em um corte de tecido pode ser detectada por meio de compostos
que interagem especificamente e se ligam com a molécula que queremos detectar. Esses compostos
geralmente não têm cor e, para que possam ser vistos, devem ser previamente acoplados a um
marcador
. Marcador é um composto visível por microscopia de luz ou eletrônica e, quando está
acoplado a uma substância com afinidade específica por uma molécula, ela denuncia a presença
dessa molécula (Figura 1.19 ). Os marcadores mais usados são: substâncias fluorescentes (para
serem visualizadas com um microscópio de fluorescência ou de laser), átomos radioativos (para
serem detectados por radioautografia), moléculas de enzimas como a peroxidase (que pode ser
detectada pela demonstração da enzima com peróxido de hidrogênio e DAB), metais (geralmente
partículas de ouro) que podem ser observados por microscopia de luz e eletrônica. Esses métodos se
destinam principalmente a detectar açúcares, proteínas e ácidos nucleicos.
Faloidina, proteína A, lectinas e anticorpos são exemplos de compostos que interagem
especificamente com outras moléculas.
A
faloidina
, que é extraída de um cogumelo (Amanita phalloides), interage fortemente com actina e é
geralmente marcada com substâncias fluorescentes para demonstrar filamentos de actina .
A
proteína A
é uma proteína extraída de Staphylococcus aureus e que se liga à região Fc de
moléculas de imunoglobulinas (anticorpos). Quando a proteína A é ligada a um marcador, podemos
detectar imunoglobulinas em cortes histológicos.
As
lectinas
são proteínas ou glicoproteínas derivadas principalmente de sementes de vegetais que
se ligam com alta afinidade e especificidade a determinados carboidratos. Diferentes lectinas
interagem com diferentes açúcares ou sequências de açúcares. Elas, portanto, ligam-se a
glicoproteínas, proteoglicanos e glicolipídios e são muito usadas para caracterizar moléculas de
membranas celulares que contêm sequências específicas de açúcares.
Figura 1.19
Substâncias que têm grande afinidade por uma molécula podem ser marcadas e usadas para identificar esta molécula. A. A molécula a tem uma
afinidade intensa e específica por uma porção da molécula b. B. Se a e b são colocadas em contato, a se liga com a porção de b que ela reconhece. C. Um marcador,
visível em microscopia de luz ou eletrônica, pode ser ligado à molécula a. O marcador pode ser um composto fluorescente, uma enzima como a peroxidase, uma
partícula de ouro ou um átomo radioativo. D. A molécula b pode ser detectada se existir em uma célula ou na matriz extracelular após incubação em uma solução
que contém a molécula a.
Imunocitoquímica
Um tipo de interação altamente específica entre moléculas é aquela que ocorre entre uma molécula
e um anticorpo que a reconhece. Por essa razão, métodos que usam anticorpos são de grande
utilidade para identificar e localizar proteínas e glicoproteínas. A
imunocitoquímica
é a metodologia
que possibilita identificar, por meio de anticorpos, moléculas em cortes ou em células cultivadas.
Em uma reação imunocitoquímica, células em cultura ou um corte de tecido que se supõe conter
uma determinada proteína são incubados em uma solução que contém um anticorpo que reconhece
essa proteína. Como o anticorpo não é visível por microscopia, suas moléculas devem ser
inicialmente acopladas a um marcador. O anticorpo se liga especificamente à proteína e sua
localização pode então ser evidenciada por microscopia de luz ou eletrônica, dependendo do
marcador que foi acoplado ao anticorpo.
Uma das exigências mais importantes da imunocitoquímica é a disponibilidade de um anticorpo
contra a proteína que se pretende detectar. Isso significa que a proteína deve ter sido previamente
purificada e isolada de modo que anticorpos possam ser produzidos contra ela.
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