tecido adiposo comum, amarelo ou
unilocular
, cujas células, quando completamente desenvolvidas, contêm apenas uma gotícula de
gordura que ocupa quase todo o citoplasma, e a outra é o
tecido adiposo pardo
, ou
multilocular
,
formado por células que contêm numerosas gotículas lipídicas e muitas mitocôndrias.
Tecido adiposo unilocular
A cor do tecido unilocular varia entre o branco e o amarelo-escuro, dependendo da dieta. Essa
coloração deve-se principalmente ao acúmulo de carotenos dissolvidos nas gotículas de gordura.
Praticamente todo o tecido adiposo encontrado em humanos adultos é do tipo unilocular (Figura 6.1
); seu acúmulo em determinados locais é influenciado pelo sexo e pela idade do indivíduo.
Esse tecido forma o
panículo adiposo
, camada disposta sob a pele, e que é de espessura uniforme
por todo o corpo do recém-nascido. Com a idade, o panículo adiposo tende a desaparecer de certas
áreas, desenvolvendo-se em outras. Essa deposição seletiva de gorduras é regulada, principalmente,
pelos hormônios sexuais e pelos hormônios produzidos pela camada cortical da glândula adrenal.
Figura 6.1
Fotomicrografia de tecido adiposo unilocular. As setas finas indicam fibroblastos do tecido conjuntivo de sustentação. As setas espessas apontam vasos
sanguíneos. A, Célula adiposa. (Coloração pela hematoxilina. Médio aumento.)
As células adiposas uniloculares são grandes, medindo em geral 50 a 150 μm de diâmetro. Quando
isoladas, essas células são esféricas, tornando-se poliédricas no tecido adiposo pela compressão
recíproca. A gotícula lipídica é removida pelos solventes orgânicos, utilizados na técnica
histológica. Por isso, nos cortes histológicos comuns, cada célula mostra apenas uma delgada camada
de citoplasma, como se fosse um anel, em torno do espaço deixado pela gotícula lipídica removida
(Figura 6.2 ). A demonstração dos lipídios pode ser feita nos cortes histológicos obtidos por
congelação, sem a passagem dos tecidos nos solventes de lipídios, e corados com sudan III
(alaranjado) ou sudan black. Nos preparados histológicos comuns, as finas camadas de citoplasma
restantes após a remoção dos triglicerídios frequentemente se rompem, distorcendo a estrutura do
tecido. O microscópio eletrônico mostrou que, além da gotícula lipídica principal, existem outras
muito menores. Todas essas gotículas, independentemente do tamanho, são desprovidas de membrana
envolvente. Cada célula adiposa é envolvida por uma lâmina basal, e sua membrana plasmática
mostra numerosas vesículas de pinocitose.
O tecido unilocular apresenta septos de conjuntivo, que contêm vasos e nervos. Desses septos
partem fibras reticulares (colágeno III) que sustentam as células adiposas.
A vascularização do tecido adiposo é muito abundante quando se considera a pequena quantidade
de citoplasma funcionante. A relação volume de capilar sanguíneo/volume de citoplasma é maior no
tecido adiposo do que no músculo estriado, por exemplo.
A remoção dos lipídios, nos casos de necessidade energética, não se faz por igual em todos os
locais. Primeiro, são mobilizados os depósitos subcutâneos, os do mesentério e os retroperitoneais,
enquanto o tecido adiposo localizado nos coxins das mãos e dos pés resiste a longos períodos de
desnutrição.
Para saber mais
Deposição e mobilização dos lipídios
Os lipídios armazenados nas células adiposas são principalmente triglicerídios, isto é, ésteres de ácidos graxos e
glicerol. Os triglicerídios armazenados originam-se da seguinte maneira:
• Absorvidos da alimentação e trazidos até as células adiposas como triglicerídios dos
quilomícrons
• Oriundos do fígado e transportados até o tecido adiposo, sob a forma de triglicerídios constituintes das lipoproteínas de pequeno peso molecular, ou
VLDL
(
v
ery
l
ow
d
ensity
l
ipoproteins)
• Da síntese nas próprias células adiposas, a partir da glicose.
Os quilomícrons são partículas cujo diâmetro pode alcançar 3 μm, formadas pelas células epiteliais do intestino
delgado, a partir dos nutrientes absorvidos. São constituídos por 90% de triglicerídios e pequenas quantidades de
colesterol, fosfolipídios e proteínas. Após deixarem as células epiteliais, os quilomícrons penetram nos capilares linfáticos
do intestino e são levados pela corrente linfática, atingindo, posteriormente, o sangue, que os distribui por todo o
organismo. Nos capilares sanguíneos do tecido adiposo, graças à enzima
lipase lipoproteica
, produzida pelas células
adiposas, ocorre a hidrólise dos quilomícrons e das lipoproteínas (VLDL) plasmáticas, com liberação de seus
componentes, ácidos graxos e glicerol, que se difundem para o citoplasma das células adiposas, no qual se
recombinam para formar novas moléculas de triglicerídios, que são depositadas (Figura 6.3 ). As células adiposas
podem sintetizar ácidos graxos e glicerol a partir de glicose, processo que é acelerado pela insulina. Esse hormônio
estimula também a penetração da glicose na célula adiposa (e em outras células também).
Quando necessária, a hidrólise dos triglicerídios é desencadeada principalmente pela norepinefrina. Este
neurotransmissor é liberado pelas terminações pós-ganglionares dos nervos simpáticos do tecido adiposo e captado por
receptores da membrana dos adipócitos que ativam a
lipase sensível a hormônio
(intracelular), promovendo a liberação
de ácidos graxos e glicerol, que se difundem para os capilares do tecido adiposo. Os ácidos graxos, que são quase
insolúveis na água, ligam-se à parte hidrofóbica das moléculas de albumina do plasma sanguíneo (Figura 6.3 ) e são
transportados para outros tecidos, nos quais serão utilizados como fonte de energia. O glicerol, muito solúvel no plasma,
é captado pelo fígado e reaproveitado.
Após períodos de alimentação muito deficiente em calorias, o tecido adiposo unilocular perde
quase toda a sua gordura e se transforma em um tecido com células poligonais ou fusiformes, com
raras gotículas lipídicas.
O tecido adiposo unilocular é também um órgão secretor. Sintetiza várias moléculas como
leptina
,
que são transportadas pelo sangue, e a
lipase lipoproteica
já mencionada, que fica ligada à superfície
das células endoteliais dos capilares sanguíneos situados em volta dos adipócitos. A
leptina
é um
hormônio proteico constituído por 164 aminoácidos. Diversas células no cérebro e em outros órgãos
têm receptores para leptina. Essa molécula participa da regulação da quantidade de tecido adiposo
no corpo e da ingestão de alimentos. A leptina atua principalmente no hipotálamo, diminuindo a
ingestão de alimentos e aumentando o gasto de energia.
Para saber mais
Inervação do tecido adiposo
O tecido adiposo unilocular e o multilocular são inervados por fibras simpáticas do sistema nervoso autônomo
(Capítulo 9). No tecido unilocular, as terminações nervosas são encontradas na parede dos vasos sanguíneos, e apenas
alguns adipócitos são inervados. Já no tecido multilocular as terminações nervosas simpáticas atingem diretamente
tanto os vasos sanguíneos como as células adiposas. O sistema nervoso autônomo (simpático) desempenha
importante papel na mobilização das gorduras quando o organismo é sujeito a atividades físicas intensas, jejuns
prolongados ou ao frio.
Figura 6.2
Corte de tecido adiposo unilocular de um mamífero jovem. As setas indicam núcleos de adipócitos (células adiposas) comprimidos contra a
membrana celular pela pressão dos lipídios. Os asteriscos estão sobre o tecido conjuntivo de sustentação. (Pararrosanilina e azul de toluidina. Médio aumento.)
Histogênese do tecido adiposo unilocular
As células adiposas uniloculares se originam no embrião, a partir de células derivadas do
mesênquima, os
lipoblastos
. Essas células são parecidas com os fibroblastos, porém logo acumulam
gordura no seu citoplasma. As gotículas lipídicas são inicialmente separadas umas das outras, porém
muitas se fundem, formando a gotícula única característica da célula adiposa unilocular (Figura 6.4 ).
Figura 6.3
Processos de deposição e remoção de lipídios nos adipócitos. Os triglicerídios são transportados do intestino e do fígado principalmente sob a forma
de quilomícrons e outras lipoproteínas, como as lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL,
v
ery
l
ow
d
ensity
l
ipoproteins). Nos capilares do tecido adiposo essas
lipoproteínas são atacadas pela enzima lipase lipoproteica, liberando ácidos graxos e glicerol. Essas duas moléculas se difundem do capilar para o citoplasma do
adipócito, onde formam triglicerídios que são depositados até serem necessários. Norepinefrina liberada nas terminações nervosas estimula o sistema intracelular
de AMP cíclico (cAMP) que ativa a lipase sensível a hormônio. Essa lipase hidrolisa os triglicerídios armazenados, formando-se ácidos graxos livres e glicerol. Essas
duas substâncias se difundem para o interior do capilar, no qual os ácidos graxos se ligam à porção hidrofóbica das moléculas de albumina para serem distribuídos
para tecidos distantes, em que serão utilizados como fonte de energia. O glicerol permanece livre no sangue e será captado principalmente pelo fígado.
Figura 6.4
Origem e desenvolvimento das células adiposas. A célula mais superior é uma célula mensenquimal indiferenciada que, além de formar outros tipos
celulares, dá origem aos fibroblastos (esquerda) e aos lipoblastos (direita). Os lipoblastos diferenciam-se em células adiposas. Quando a gordura é mobilizada para
atender às necessidades metabólicas do organismo, as células adiposas maduras podem voltar a apresentar apenas algumas gotículas em seu citoplasma. Nesse
caso ela volta a um estágio pelo qual passou durante a histogênese (setas nos dois sentidos). As células não foram desenhadas na mesma escala. A célula adiposa
madura é maior em relação às outras células mostradas no desenho.
Histologia aplicada
Obesidade
Essencialmente, a
obesidade
é um desequilíbrio dos sistemas reguladores do peso corpóreo para o qual contribuem
fatores genéticos, ambientais e comportamentais. Ela resulta da ingestão de calorias acima das necessidades para as
atividades normais do indivíduo. Para fins práticos, considera-se obesa a pessoa com 20% ou mais acima do peso
considerado normal para sua altura, de acordo com tabelas de peso muito difundidas. Em contrapartida, o
índice de
massa corpórea
é melhor para se estimar a extensão da obesidade. Esse índice é determinado dividindo-se o peso em
kg pelo quadrado da altura em metro. O valor normal é de 20 a 25. O índice de massa corpórea também é muito usado
para avaliar o estado de desnutrição. Nos países desenvolvidos a obesidade é mais frequente do que todas as
deficiências alimentares somadas. Em adultos, a obesidade geralmente se deve a um aumento na quantidade de
triglicerídios depositados em cada adipócito unilocular, sem que exista aumento no número de adipócitos. As calorias
dos alimentos não gastas nas atividades físicas da pessoa são depositadas nas células adiposas uniloculares. Os
obesos, principalmente os com tecido adiposo localizado na região abdominal, são mais propensos a doenças
articulares, hipertensão arterial, diabetes, aterosclerose , infarto do miocárdio e isquemia cerebral. A obesidade é um
distúrbio altamente prejudicial ao organismo. Em geral, torna mais breve a vida da pessoa e prejudica muito a qualidade
de vida.
Tecido adiposo multilocular
Tecido adiposo multilocular
O tecido multilocular é também chamado de tecido adiposo pardo, por sua cor característica. Essa
cor se deve à vascularização abundante e às numerosas mitocôndrias encontradas em suas células.
Por serem ricas em citocromos, as mitocôndrias têm cor avermelhada. Ao contrário do tecido
unilocular, que é encontrado por quase todo o corpo, o tecido pardo é de distribuição limitada,
localizando-se em áreas determinadas. Esse tecido é abundante em animais que hibernam, nos quais
foi chamado de
glândula hibernante
(designação inapropriada).
Histologia aplicada
Tumores do tecido adiposo unilocular
Os adipócitos uniloculares com frequência originam tumores benignos, os
lipomas
, geralmente removidos
cirurgicamente com grande facilidade. Os tumores malignos dos adipócitos uniloculares, ou
lipossarcomas
, são muito
menos frequentes do que os lipomas, porém de tratamento muito mais difícil porque facilmente formam metástases.
Lipossarcomas só costumam aparecer em pessoas com mais de 50 anos de idade.
No feto humano e no recém-nascido, o tecido adiposo multilocular apresenta localização bem
determinada (Figura 6.5 ). Como esse tecido não cresce, sua quantidade no adulto é extremamente
reduzida.
As células do tecido adiposo multilocular são menores do que as do tecido adiposo unilocular e
têm forma poligonal. O citoplasma é carregado de gotículas lipídicas de vários tamanhos (Figuras
6.6 e 6.7 ) e contém numerosas mitocôndrias, cujas cristas são particularmente longas, podendo
ocupar toda a espessura da mitocôndria (Figura 6.7 ).
No tecido adiposo multilocular, as células tomam um arranjo epitelioide, formando massas
compactas em associação com capilares sanguíneos, lembrando as glândulas endócrinas.
Figura 6.5
Distribuição do tecido adiposo multilocular no feto humano. Em amarelo: tecido adiposo multilocular. Em vinho: mistura de tecidos multilocular e
unilocular. (Adaptada e reproduzida, com autorização, de Merklin RJ: Growth and distribution of human fetal brown fat. Anat Rec 178:637, 1974.)
Figura 6.6
Fotomicrografia de tecido adiposo multilocular (parte inferior); suas células características contêm núcleos esféricos centrais e múltiplas gotículas de
lipídios no citoplasma. Para comparação, a parte superior da fotomicrografia mostra o tecido unilocular. (Pararrosanilina e azul de toluidina. Médio aumento.)
O tecido adiposo multilocular é especializado na produção de calor, tendo papel importante nos
mamíferos que hibernam. Na espécie humana, a quantidade desse tecido só é significativa no recém-
nascido, tendo função auxiliar na termorregulação.
Ao ser estimulado pela liberação de norepinefrina nas terminações nervosas abundantes em torno
das suas células (Figura 6.6 ), o tecido adiposo multilocular acelera a lipólise e a oxidação dos
ácidos graxos. A oxidação dos ácidos graxos produz calor e não ATP, como a dos tecidos em geral,
porque as mitocôndrias do tecido multilocular apresentam, nas suas membranas internas, uma
proteína transmembrana chamada
termogenina
ou
UCP 1
(
u
n
c
oupling
p
rotein
1
). Esta proteína
possibilita que os prótons transportados para o espaço intermembranoso voltem para a matriz
mitocondrial, sem que passem pelo sistema de ATP sintetase existente nos corpúsculos elementares
das mitocôndrias. Em consequência, a energia gerada pelo fluxo de prótons não é usada para
sintetizar ATP, sendo dissipada como calor. O calor aquece o sangue contido na extensa rede capilar
do tecido multilocular e é distribuído por todo o corpo, aquecendo diversos órgãos.
Figura 6.7
Este desenho da ultraestrutura da célula adiposa multilocular mostra uma terminação do sistema nervoso simpático, com vesículas sinápticas
contendo material elétron-denso. O citoplasma dessa célula contém muitas mitocôndrias (representadas em vinho), situadas entre as gotículas lipídicas
(representadas em amarelo).
Nas espécies que hibernam, o despertar da hibernação se deve à ação de estímulos nervosos no
tecido multilocular, que, nestes casos, distribuindo calor, estimula ou desperta os tecidos hibernantes.
Em humanos, a função desse tecido está restrita aos primeiros meses de vida pós-natal. Durante
esse tempo, o tecido adiposo multilocular produz calor, protegendo o recém-nascido contra o frio.
Histogênese do tecido adiposo multilocular
Sua formação é diferente da observada no tecido unilocular. As células mesenquimais que formam
o tecido multilocular tornam-se epitelioides, adquirindo um aspecto de glândula endócrina cordonal,
antes de acumularem gordura. Não há neoformação de tecido adiposo multilocular após o nascimento
nem ocorre transformação de um tipo de tecido adiposo em outro.
Bibliografia
Angel A et al. (editors): The Adipocyte and Obesity: Cellular and Molecular Mechanisms. Raven
Press, 1983.
Argyropoulos G, Harper, ME: Uncoupling proteins and thermoregulation. J Appl Physiol 92(5):2187,
2002.
Forbes, GB: The companionship of lean and fat. Basic Life Sci 60:1, 1993.
Giacobino JP: Uncoupling proteins, leptin, and obesity: an updated review. Ann N Y Acad Sci 967
(Jun):398, 2002.
Hagen T, Vidal-Puig A: Mitochondrial uncoupling proteins in human physiology and disease.
Minerva Med 93(1):41, 2002.
Haque WA et al.: Serum adiponectin and leptin levels in patients with lipodystrophies. J Cli
Endocrinol Metab 87(5):2395, 2002.
Havel PJ: Control of energy homeostase and insulin action by adipocyte hormones: leptin, acylation
stimulating protein, and adiponectin. Curr Opin Lipidol 13(1):51, 2002.
Matarese G: Leptin and the immune system: how nutritional status influences the immune response.
Eur Cytokine News 11:7, 2000.
Matson CA et al.: Leptin and regulation of body adiposity. Diabetes Rev 4:488, 1999.
Merklin RJ: Growth and distribution of human fetal brown fat. Anat Rec 178:637, 1974.
Napolitano L: The differentiation of white adipose cells: An electron microscope study. J Cell Biol
18:663, 1963.
Nedergaard J, Lindenberg O: The brown fat cell. Int Rev Cytol 74:310, 1982.
Schubring C et al.: Leptin, the ob gene product, in female health and disease. Eur J Obstet Gynecol
Reprod Biol 88:121, 2000.
Stern JS, Greenwood MR: A review of development of adipose cellularity in man and animals. Fed
Proc 33:1952, 1974.
Introdução
Cartilagem hialina
Cartilagem elástica
Cartilagem fibrosa
Discos intervertebrais
Bibliografia
Introdução
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de consistência rígida.
Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste superfícies articulares, em que absorve
choques, e facilita o deslizamento dos ossos nas articulações. A cartilagem é essencial para a
formação e o crescimento dos ossos longos, na vida intrauterina e depois do nascimento. Como os
demais tipos de conjuntivo, o tecido cartilaginoso contém células, os
condrócitos
, e abundante
material extracelular, que constitui a
matriz
. As cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos,
são chamadas
lacunas
. Uma lacuna pode conter um ou mais condrócitos.
As funções do tecido cartilaginoso dependem principalmente da estrutura da matriz, que é
constituída por colágeno ou colágeno mais elastina, em associação com macromoléculas de
proteoglicanos (proteínas + glicosaminoglicanos), ácido hialurônico e diversas glicoproteínas.
Como o colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens se deve,
principalmente, às ligações eletrostáticas entre os glicosaminoglicanos sulfatados e o colágeno, e à
grande quantidade de moléculas de água presas a esses glicosaminoglicanos (água de solvatação), o
que confere turgidez à matriz. O tecido cartilaginoso não contém vasos sanguíneos, sendo nutrido
pelos capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio). As cartilagens que revestem a superfície dos
ossos nas articulações móveis não têm pericôndrio e recebem nutrientes do líquido sinovial das
cavidades articulares. Em alguns casos, vasos sanguíneos atravessam as cartilagens, indo nutrir
outros tecidos. O tecido cartilaginoso é também desprovido de vasos linfáticos e de nervos.
Conforme as diversas necessidades funcionais do organismo, as cartilagens se diferenciam em três
tipos:
Compartilhe com seus amigos: |