Ao contrário, outros há que mal inauguram um atelier vêem-no poucos dias depois compulsivamente fechado pelos alemães, como aconteceu a Mme. Grès por ter criado vestidos com as cores da bandeira francesa.
Coco de Chanel é uma das estilistas que fecha a sua casa de modas em Paris com o início da guerra. O seu famoso perfume Chanel Nº 5 permite-lhe viver dos rendimentos.
Em 1941 há 20 mil cadernetas de alta-costura em circulação. É este o universo de clientes de todos os estilistas que resistem na França ocupada. Mas esse número vai diminuindo sempre. Em 1944 já são apenas 13619 e as condições de trabalho vão sempre piorando.
Com a libertação de Paris, em 1944, e a guerra a terminar no ano seguinte, segue-se um período de euforia. Os criadores sentem necessidade de fazer regressar a feminilidade da mulher, durante anos encerrada em uniformes, e de obter a desforra das restrições da guerra.
Mas a escassez continua, numa Europa destruída por anos de conflito e incapaz de produzir a maioria dos bens de que necessita. As roupas criadas continuam a seguir a linha natural dos tempos de guerra, apostando na simplicidade e na vertente mais prática.
No entanto mesmo que não passem de criações no papel, já começa a desenhar-se uma nova tendência, agora quer-se vestidos amplos e longos, sumptuosos e requintados. Uma tendência que vai levar Christian Dior a inspirar-se nas roupas do século XVIII e a surpreender o mundo.
Em 1947, Dior apresenta com a sua primeira colecção uma silhueta feminina que os americanos baptizam como o new look e que lhe vai valer fama imediata.
As suas saias são amplas, compridas e encorpadas, sustentadas por vários folhos de tule ou de outros tecidos que façam volume. Nos vestidos alia este tipo de saia com corpetes justos, que exibem uma cintura de vespa e esculpem o busto feminino deixando a linha dos ombros muito natural.
Os seus figurinos são completados por luvas, geralmente compridas, sapatos elegantes de salto muito alto e chapéus amplos e muito ornamentados ou discretos, requintados e cingidos à cabeça.
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