Álgebra
Funções: representações numérica, algébrica e
gráfica
(EF09MA06) Compreender as funções como relações de dependência unívoca entre duas
variáveis e suas representações numérica, algébrica e gráfica e utilizar esse conceito para
analisar situações que envolvam relações funcionais entre duas variáveis.
Razão entre grandezas de espécies diferentes
(EF09MA07) Resolver problemas que envolvam a razão entre duas grandezas de espécies
diferentes, como velocidade e densidade demográfica.
Grandezas diretamente proporcionais e
grandezas inversamente proporcionais
(EF09MA08) Resolver e elaborar problemas que envolvam relações de proporcionalidade
direta e inversa entre duas ou mais grandezas, inclusive escalas, divisão em partes
proporcionais e taxa de variação, em contextos socioculturais, ambientais e de outras áreas.
Expressões algébricas: fatoração e produtos
notáveis
Resolução de equações polinomiais do 2º grau
por meio de fatorações
(EF09MA09) Compreender os processos de fatoração de expressões algébricas, com base em
suas relações com os produtos notáveis, para resolver e elaborar problemas que possam ser
representados por equações polinomiais do 2º grau.
Geometria
Demonstrações de relações entre os ângulos
formados por retas paralelas intersectadas por
uma transversal
(EF09MA10) Demonstrar relações simples entre os ângulos formados por retas paralelas
cortadas por uma transversal.
Relações entre arcos e ângulos na circunferência
de um círculo
(EF09MA11) Resolver problemas por meio do estabelecimento de relações entre arcos,
ângulos centrais e ângulos inscritos na circunferência, fazendo uso, inclusive, de softwares de
geometria dinâmica.
Semelhança de triângulos
(EF09MA12) Reconhecer as condições necessárias e suficientes para que dois triângulos
sejam semelhantes.
318
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
UNIDADES TEMÁTICAS
OBJETOS DE CONHECIMENTO
HABILIDADES
Geometria
Relações métricas no triângulo retângulo
Teorema de Pitágoras: verificações
experimentais e demonstração
Retas paralelas cortadas por transversais: teoremas
de proporcionalidade e verificações experimentais
(EF09MA13) Demonstrar relações métricas do triângulo retângulo, entre elas o teorema de
Pitágoras, utilizando, inclusive, a semelhança de triângulos.
(EF09MA14) Resolver e elaborar problemas de aplicação do teorema de Pitágoras ou das
relações de proporcionalidade envolvendo retas paralelas cortadas por secantes.
Polígonos regulares
(EF09MA15) Descrever, por escrito e por meio de um fluxograma, um algoritmo para a
construção de um polígono regular cuja medida do lado é conhecida, utilizando régua e
compasso, como também softwares.
Distância entre pontos no plano cartesiano
(EF09MA16) Determinar o ponto médio de um segmento de reta e a distância entre dois pontos
quaisquer, dadas as coordenadas desses pontos no plano cartesiano, sem o uso de fórmulas, e
utilizar esse conhecimento para calcular, por exemplo, medidas de perímetros e áreas de figuras
planas construídas no plano.
Vistas ortogonais de figuras espaciais
(EF09MA17) Reconhecer vistas ortogonais de figuras espaciais e aplicar esse conhecimento
para desenhar objetos em perspectiva.
Grandezas e medidas
Unidades de medida para medir distâncias muito
grandes e muito pequenas
Unidades de medida utilizadas na informática
(EF09MA18) Reconhecer e empregar unidades usadas para expressar medidas muito grandes
ou muito pequenas, tais como distância entre planetas e sistemas solares, tamanho de vírus ou
de células, capacidade de armazenamento de computadores, entre outros.
Volume de prismas e cilindros
(EF09MA19) Resolver e elaborar problemas que envolvam medidas de volumes de prismas e
de cilindros retos, inclusive com uso de expressões de cálculo, em situações cotidianas.
Probabilidade e estatística
Análise de probabilidade de eventos aleatórios:
eventos dependentes e independentes
(EF09MA20) Reconhecer, em experimentos aleatórios, eventos independentes e dependentes
e calcular a probabilidade de sua ocorrência, nos dois casos.
Análise de gráficos divulgados pela mídia:
elementos que podem induzir a erros de leitura
ou de interpretação
(EF09MA21) Analisar e identificar, em gráficos divulgados pela mídia, os elementos que
podem induzir, às vezes propositadamente, erros de leitura, como escalas inapropriadas,
legendas não explicitadas corretamente, omissão de informações importantes (fontes e
datas), entre outros.
Leitura, interpretação e representação de dados
de pesquisa expressos em tabelas de dupla
entrada, gráficos de colunas simples e agrupadas,
gráficos de barras e de setores e gráficos
pictóricos
(EF09MA22) Escolher e construir o gráfico mais adequado (colunas, setores, linhas), com
ou sem uso de planilhas eletrônicas, para apresentar um determinado conjunto de dados,
destacando aspectos como as medidas de tendência central.
Planejamento e execução de pesquisa amostral e
apresentação de relatório
(EF09MA23) Planejar e executar pesquisa amostral envolvendo tema da realidade social e
comunicar os resultados por meio de relatório contendo avaliação de medidas de tendência central
e da amplitude, tabelas e gráficos adequados, construídos com o apoio de planilhas eletrônicas.
MATEMÁTICA – 9º ANO
(Continuação)
319
MATEMÁTICA
ENSINO FUNDAMENTAL
UNIDADES TEMÁTICAS
OBJETOS DE CONHECIMENTO
HABILIDADES
Geometria
Relações métricas no triângulo retângulo
Teorema de Pitágoras: verificações
experimentais e demonstração
Retas paralelas cortadas por transversais: teoremas
de proporcionalidade e verificações experimentais
(EF09MA13) Demonstrar relações métricas do triângulo retângulo, entre elas o teorema de
Pitágoras, utilizando, inclusive, a semelhança de triângulos.
(EF09MA14) Resolver e elaborar problemas de aplicação do teorema de Pitágoras ou das
relações de proporcionalidade envolvendo retas paralelas cortadas por secantes.
Polígonos regulares
(EF09MA15) Descrever, por escrito e por meio de um fluxograma, um algoritmo para a
construção de um polígono regular cuja medida do lado é conhecida, utilizando régua e
compasso, como também softwares.
Distância entre pontos no plano cartesiano
(EF09MA16) Determinar o ponto médio de um segmento de reta e a distância entre dois pontos
quaisquer, dadas as coordenadas desses pontos no plano cartesiano, sem o uso de fórmulas, e
utilizar esse conhecimento para calcular, por exemplo, medidas de perímetros e áreas de figuras
planas construídas no plano.
Vistas ortogonais de figuras espaciais
(EF09MA17) Reconhecer vistas ortogonais de figuras espaciais e aplicar esse conhecimento
para desenhar objetos em perspectiva.
Grandezas e medidas
Unidades de medida para medir distâncias muito
grandes e muito pequenas
Unidades de medida utilizadas na informática
(EF09MA18) Reconhecer e empregar unidades usadas para expressar medidas muito grandes
ou muito pequenas, tais como distância entre planetas e sistemas solares, tamanho de vírus ou
de células, capacidade de armazenamento de computadores, entre outros.
Volume de prismas e cilindros
(EF09MA19) Resolver e elaborar problemas que envolvam medidas de volumes de prismas e
de cilindros retos, inclusive com uso de expressões de cálculo, em situações cotidianas.
Probabilidade e estatística
Análise de probabilidade de eventos aleatórios:
eventos dependentes e independentes
(EF09MA20) Reconhecer, em experimentos aleatórios, eventos independentes e dependentes
e calcular a probabilidade de sua ocorrência, nos dois casos.
Análise de gráficos divulgados pela mídia:
elementos que podem induzir a erros de leitura
ou de interpretação
(EF09MA21) Analisar e identificar, em gráficos divulgados pela mídia, os elementos que
podem induzir, às vezes propositadamente, erros de leitura, como escalas inapropriadas,
legendas não explicitadas corretamente, omissão de informações importantes (fontes e
datas), entre outros.
Leitura, interpretação e representação de dados
de pesquisa expressos em tabelas de dupla
entrada, gráficos de colunas simples e agrupadas,
gráficos de barras e de setores e gráficos
pictóricos
(EF09MA22) Escolher e construir o gráfico mais adequado (colunas, setores, linhas), com
ou sem uso de planilhas eletrônicas, para apresentar um determinado conjunto de dados,
destacando aspectos como as medidas de tendência central.
Planejamento e execução de pesquisa amostral e
apresentação de relatório
(EF09MA23) Planejar e executar pesquisa amostral envolvendo tema da realidade social e
comunicar os resultados por meio de relatório contendo avaliação de medidas de tendência central
e da amplitude, tabelas e gráficos adequados, construídos com o apoio de planilhas eletrônicas.
321
CIÊNCIAS DA NATUREZA
ENSINO FUNDAMENTAL
4.3.
A ÁREA DE
CIÊNCIAS DA NATUREZA
A sociedade contemporânea está fortemente organizada com base no
desenvolvimento científico e tecnológico. Da metalurgia, que produziu
ferramentas e armas, passando por máquinas e motores automati-
zados, até os atuais chips semicondutores, ciência e tecnologia vêm
se desenvolvendo de forma integrada com os modos de vida que as
diversas sociedades humanas organizaram ao longo da história.
No entanto, o mesmo desenvolvimento científico e tecnológico que
resulta em novos ou melhores produtos e serviços também pode
promover desequilíbrios na natureza e na sociedade.
Para debater e tomar posição sobre alimentos, medicamentos, com-
bustíveis, transportes, comunicações, contracepção, saneamento e
manutenção da vida na Terra, entre muitos outros temas, são impres-
cindíveis tanto conhecimentos éticos, políticos e culturais quanto
científicos. Isso por si só já justifica, na educação formal, a presença da
área de Ciências da Natureza, e de seu compromisso com a formação
integral dos alunos.
Portanto, ao longo do Ensino Fundamental, a área de Ciências da Natu-
reza tem um compromisso com o desenvolvimento do
letramento
científico
, que envolve a capacidade de compreender e interpretar o
mundo (natural, social e tecnológico), mas também de transformá-lo
com base nos aportes teóricos e processuais das ciências.
Em outras palavras, apreender ciência não é a finalidade última do
letramento, mas, sim, o desenvolvimento da capacidade de atuação
no e sobre o mundo, importante ao exercício pleno da cidadania.
Nessa perspectiva, a área de Ciências da Natureza, por meio de um
olhar articulado de diversos campos do saber, precisa assegurar aos
alunos do Ensino Fundamental o acesso à diversidade de
conhe-
cimentos científicos produzidos ao longo da história, bem como a
aproximação gradativa aos principais
processos, práticas e proce-
dimentos da investigação científica.
Espera-se, desse modo, possibilitar que esses alunos tenham um novo
olhar sobre o mundo que os cerca, como também façam escolhas e
intervenções conscientes e pautadas nos princípios da sustentabili-
dade e do bem comum.
322
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
Para tanto, é imprescindível que eles sejam progressivamente esti-
mulados e apoiados no planejamento e na realização cooperativa
de atividades investigativas, bem como no compartilhamento dos
resultados dessas investigações. Isso não significa realizar ativida-
des seguindo, necessariamente, um conjunto de etapas predefinidas,
tampouco se restringir à mera manipulação de objetos ou realização
de experimentos em laboratório.
Ao contrário, pressupõe organizar as situações de aprendizagem
partindo de questões que sejam desafiadoras e, reconhecendo a
diversidade cultural, estimulem o interesse e a curiosidade científica
dos alunos e possibilitem definir problemas, levantar, analisar e repre-
sentar resultados; comunicar conclusões e propor intervenções.
Dessa forma, o processo investigativo deve ser entendido como ele-
mento central na formação dos estudantes, em um sentido mais
amplo, e cujo desenvolvimento deve ser atrelado a situações didáticas
planejadas ao longo de toda a educação básica, de modo a possibili-
tar aos alunos revisitar de forma reflexiva seus conhecimentos e sua
compreensão acerca do mundo em que vivem. Sendo assim, o ensino
de Ciências deve promover situações nas quais os alunos possam:
323
CIÊNCIAS DA NATUREZA
ENSINO FUNDAMENTAL
• Observar o mundo a sua volta e fazer perguntas.
• Analisar demandas, delinear problemas e planejar
investigações.
• Propor hipóteses.
Definição de
problemas
• Planejar e realizar atividades de campo (experimentos,
observações, leituras, visitas, ambientes virtuais etc.).
• Desenvolver e utilizar ferramentas, inclusive digitais, para
coleta, análise e representação de dados (imagens, esquemas,
tabelas, gráficos, quadros, diagramas, mapas, modelos,
representações de sistemas, fluxogramas, mapas conceituais,
simulações, aplicativos etc.).
• Avaliar informação (validade, coerência e adequação ao
problema formulado).
• Elaborar explicações e/ou modelos.
• Associar explicações e/ou modelos à evolução histórica dos
conhecimentos científicos envolvidos.
• Selecionar e construir argumentos com base em evidências,
modelos e/ou conhecimentos científicos.
• Aprimorar seus saberes e incorporar, gradualmente, e de
modo significativo, o conhecimento científico.
• Desenvolver soluções para problemas cotidianos usando
diferentes ferramentas, inclusive digitais.
Levantamento,
análise e
representação
• Organizar e/ou extrapolar conclusões.
• Relatar informações de forma oral, escrita ou multimodal.
• Apresentar, de forma sistemática, dados e resultados de
investigações.
• Participar de discussões de caráter científico com colegas,
professores, familiares e comunidade em geral.
• Considerar contra-argumentos para rever processos
investigativos e conclusões.
Comunicação
• Implementar soluções e avaliar sua eficácia para resolver
problemas cotidianos.
• Desenvolver ações de intervenção para melhorar a
qualidade de vida individual, coletiva e socioambiental.
Intervenção
324
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
1.
Compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano, e o
conhecimento científico como provisório, cultural e histórico.
2.
Compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências
da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da
investigação científica, de modo a sentir segurança no debate de questões
científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, continuar
aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa,
democrática e inclusiva.
3.
Analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos
relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital),
como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a
curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza.
4.
Avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da
ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do
mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho.
5.
Construir argumentos com base em dados, evidências e informações
confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista que promovam a
consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo
e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem
preconceitos de qualquer natureza.
6.
Utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e
comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética.
7.
Conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreenden-
do-se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro,
recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias.
8.
Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das
Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico-tec-
nológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva,
com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários.
Considerando esses pressupostos, e em articulação com as compe-
tências gerais da Educação Básica, a área de Ciências da Natureza
– e, por consequência, o componente curricular de Ciências –, devem
garantir aos alunos o desenvolvimento de
competências específicas
.
325
CIÊNCIAS DA NATUREZA
ENSINO FUNDAMENTAL
4.3.1.
CIÊNCIAS
Ao estudar Ciências, as pessoas aprendem a respeito de si mesmas,
da diversidade e dos processos de evolução e manutenção da vida,
do mundo material – com os seus recursos naturais, suas transfor-
mações e fontes de energia –, do nosso planeta no Sistema Solar
e no Universo e da aplicação dos conhecimentos científicos nas
várias esferas da vida humana. Essas aprendizagens, entre outras,
possibilitam que os alunos compreendam, expliquem e intervenham
no mundo em que vivem.
Para orientar a elaboração dos currículos de Ciências, as aprendi-
zagens essenciais a ser asseguradas neste componente curricular
foram organizadas em três
unidades temáticas
que se repetem ao
longo de todo o Ensino Fundamental.
A unidade temática
Matéria e energia contempla o estudo de mate-
riais e suas transformações, fontes e tipos de energia utilizados na
vida em geral, na perspectiva de construir conhecimento sobre a
natureza da matéria e os diferentes usos da energia.
Dessa maneira, nessa unidade estão envolvidos estudos referentes
à ocorrência, à utilização e ao processamento de recursos natu-
rais e energéticos empregados na geração de diferentes tipos de
energia e na produção e no uso responsável de materiais diversos.
Discute-se, também, a perspectiva histórica da apropriação humana
desses recursos, com base, por exemplo, na identificação do uso de
materiais em diferentes ambientes e épocas e sua relação com a
sociedade e a tecnologia.
Nos anos iniciais, as crianças já se envolvem com uma série de objetos,
materiais e fenômenos em sua vivência diária e na relação com o
entorno. Tais experiências são o ponto de partida para possibilitar
a construção das primeiras noções sobre os materiais, seus usos e
suas propriedades, bem como sobre suas interações com luz, som,
calor, eletricidade e umidade, entre outros elementos. Além de prever
a construção coletiva de propostas de reciclagem e reutilização de
materiais, estimula-se ainda a construção de hábitos saudáveis e
sustentáveis por meio da discussão acerca dos riscos associados à
integridade física e à qualidade auditiva e visual. Espera-se também
que os alunos possam reconhecer a importância, por exemplo, da
água, em seus diferentes estados, para a agricultura, o clima, a con-
servação do solo, a geração de energia elétrica, a qualidade do ar
atmosférico e o equilíbrio dos ecossistemas.
326
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
Em síntese, valorizam-se, nessa fase, os elementos mais concretos e os
ambientes que os cercam (casa, escola e bairro), oferecendo aos alunos
a oportunidade de interação, compreensão e ação no seu entorno.
Por sua vez, nos anos finais, a ampliação da relação dos jovens com o
ambiente possibilita que se estenda a exploração dos fenômenos rela-
cionados aos materiais e à energia ao âmbito do sistema produtivo
e ao seu impacto na qualidade ambiental. Assim, o aprofundamento
da temática dessa unidade, que envolve inclusive a construção de
modelos explicativos, deve possibilitar aos estudantes fundamentar-
-se no conhecimento científico para, por exemplo, avaliar vantagens e
desvantagens da produção de produtos sintéticos a partir de recursos
naturais, da produção e do uso de determinados combustíveis, bem
como da produção, da transformação e da propagação de diferentes
tipos de energia e do funcionamento de artefatos e equipamentos
que possibilitam novas formas de interação com o ambiente, esti-
mulando tanto a reflexão para hábitos mais sustentáveis no uso dos
recursos naturais e científico-tecnológicos quanto a produção de
novas tecnologias e o desenvolvimento de ações coletivas de apro-
veitamento responsável dos recursos.
A unidade temática
Vida e evolução propõe o estudo de questões
relacionadas aos seres vivos (incluindo os seres humanos), suas
características e necessidades, e a vida como fenômeno natural e
social, os elementos essenciais à sua manutenção e à compreensão
dos processos evolutivos que geram a diversidade de formas de vida
no planeta. Estudam-se características dos ecossistemas destacan-
do-se as interações dos seres vivos com outros seres vivos e com os
fatores não vivos do ambiente, com destaque para as interações que
os seres humanos estabelecem entre si e com os demais seres vivos e
elementos não vivos do ambiente. Abordam-se, ainda, a importância
da preservação da biodiversidade e como ela se distribui nos princi-
pais ecossistemas brasileiros.
Nos anos iniciais, as características dos seres vivos são trabalhadas a
partir das ideias, representações, disposições emocionais e afetivas
que os alunos trazem para a escola. Esses saberes dos alunos vão
sendo organizados a partir de observações orientadas, com ênfase
na compreensão dos seres vivos do entorno, como também dos elos
nutricionais que se estabelecem entre eles no ambiente natural.
Nos anos finais, a partir do reconhecimento das relações que ocorrem
na natureza, evidencia-se a participação do ser humano nas cadeias
alimentares e como elemento modificador do ambiente, seja eviden-
ciando maneiras mais eficientes de usar os recursos naturais sem
desperdícios, seja discutindo as implicações do consumo excessivo e
327
CIÊNCIAS DA NATUREZA
ENSINO FUNDAMENTAL
descarte inadequado dos resíduos. Contempla-se, também, o incen-
tivo à proposição e adoção de alternativas individuais e coletivas,
ancoradas na aplicação do conhecimento científico, que concorram
para a sustentabilidade socioambiental. Assim, busca-se promover e
incentivar uma convivência em maior sintonia com o ambiente, por
meio do uso inteligente e responsável dos recursos naturais, para que
estes se recomponham no presente e se mantenham no futuro.
Outro foco dessa unidade é a percepção de que o corpo humano é
um todo dinâmico e articulado, e que a manutenção e o funciona-
mento harmonioso desse conjunto dependem da integração entre as
funções específicas desempenhadas pelos diferentes sistemas que
o compõem. Além disso, destacam-se aspectos relativos à saúde,
compreendida não somente como um estado de equilíbrio dinâmico
do corpo, mas como um bem da coletividade, abrindo espaço para
discutir o que é preciso para promover a saúde individual e coletiva,
inclusive no âmbito das políticas públicas.
Nos anos iniciais, pretende-se que, em continuidade às abordagens
na Educação Infantil, as crianças ampliem os seus conhecimentos e
apreço pelo seu corpo, identifiquem os cuidados necessários para a
manutenção da saúde e integridade do organismo e desenvolvam
atitudes de respeito e acolhimento pelas diferenças individuais, tanto
no que diz respeito à diversidade étnico-cultural quanto em relação à
inclusão de alunos da educação especial.
Nos anos finais, são abordados também temas relacionados à reprodu-
ção e à sexualidade humana, assuntos de grande interesse e relevância
social nessa faixa etária, assim como são relevantes, também, o conhe-
cimento das condições de saúde, do saneamento básico, da qualidade
do ar e das condições nutricionais da população brasileira.
Pretende-se que os estudantes, ao terminarem o Ensino Fundamental,
estejam aptos a compreender a organização e o funcionamento de
seu corpo, assim como a interpretar as modificações físicas e emocio-
nais que acompanham a adolescência e a reconhecer o impacto que
elas podem ter na autoestima e na segurança de seu próprio corpo. É
também fundamental que tenham condições de assumir o protago-
nismo na escolha de posicionamentos que representem autocuidado
com seu corpo e respeito com o corpo do outro, na perspectiva do
cuidado integral à saúde física, mental, sexual e reprodutiva. Além
disso, os estudantes devem ser capazes de compreender o papel do
Estado e das políticas públicas (campanhas de vacinação, programas
de atendimento à saúde da família e da comunidade, investimento
em pesquisa, campanhas de esclarecimento sobre doenças e vetores,
entre outros) no desenvolvimento de condições propícias à saúde.
328
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
Na unidade temática
Terra e Universo, busca-se a compreensão de
características da Terra, do Sol, da Lua e de outros corpos celes-
tes – suas dimensões, composição, localizações, movimentos e
forças que atuam entre eles. Ampliam-se experiências de observa-
ção do céu, do planeta Terra, particularmente das zonas habitadas
pelo ser humano e demais seres vivos, bem como de observação
dos principais fenômenos celestes. Além disso, ao salientar que a
construção dos conhecimentos sobre a Terra e o céu se deu de
diferentes formas em distintas culturas ao longo da história da
humanidade, explora-se a riqueza envolvida nesses conhecimen-
tos, o que permite, entre outras coisas, maior valorização de outras
formas de conceber o mundo, como os conhecimentos próprios
dos povos indígenas originários.
Assim, ao abranger com maior detalhe características importan-
tes para a manutenção da vida na Terra, como o efeito estufa e a
camada de ozônio, espera-se que os estudantes possam compreen-
der também alguns fenômenos naturais como vulcões, tsunamis e
terremotos, bem como aqueles mais relacionados aos padrões de cir-
culação atmosférica e oceânica e ao aquecimento desigual causado
pela forma e pelos movimentos da Terra, em uma perspectiva de
maior ampliação de conhecimentos relativos à evolução da vida e
do planeta, ao clima e à previsão do tempo, entre outros fenômenos.
Os estudantes dos anos iniciais se interessam com facilidade pelos
objetos celestes, muito por conta da exploração e valorização dessa
temática pelos meios de comunicação, brinquedos, desenhos ani-
mados e livros infantis. Dessa forma, a intenção é aguçar ainda mais
a curiosidade das crianças pelos fenômenos naturais e desenvol-
ver o pensamento espacial a partir das experiências cotidianas de
observação do céu e dos fenômenos a elas relacionados. A siste-
matização dessas observações e o uso adequado dos sistemas de
referência permitem a identificação de fenômenos e regularidades
que deram à humanidade, em diferentes culturas, maior autono-
mia na regulação da agricultura, na conquista de novos espaços, na
construção de calendários etc.
Nos anos finais, há uma ênfase no estudo de solo, ciclos biogeoquími-
cos, esferas terrestres e interior do planeta, clima e seus efeitos sobre
a vida na Terra, no intuito de que os estudantes possam desenvolver
uma visão mais sistêmica do planeta com base em princípios de sus-
tentabilidade socioambiental.
Além disso, o conhecimento espacial é ampliado e aprofundado por
meio da articulação entre os conhecimentos e as experiências de
observação vivenciadas nos anos iniciais, por um lado, e os modelos
329
CIÊNCIAS DA NATUREZA
ENSINO FUNDAMENTAL
explicativos desenvolvidos pela ciência, por outro. Dessa forma, pri-
vilegia-se, com base em modelos, a explicação de vários fenômenos
envolvendo os astros Terra, Lua e Sol, de modo a fundamentar a
compreensão da controvérsia histórica entre as visões geocêntrica
e heliocêntrica.
A partir de uma compreensão mais aprofundada da Terra, do Sol e de
sua evolução, da nossa galáxia e das ordens de grandeza envolvidas,
espera-se que os alunos possam refletir sobre a posição da Terra e da
espécie humana no Universo.
Essas três unidades temáticas devem ser consideradas sob a pers-
pectiva da continuidade das aprendizagens e da integração com
seus objetos de conhecimento ao longo dos anos de escolarização.
Portanto, é fundamental que elas não se desenvolvam isoladamente.
Essa integração se evidencia quando temas importantes como a
sustentabilidade socioambiental, o ambiente, a saúde e a tecnologia
são desenvolvidos nas três unidades temáticas. Por exemplo, para
que o estudante compreenda saúde de forma abrangente, e não
relacionada apenas ao seu próprio corpo, é necessário que ele seja
estimulado a pensar em saneamento básico, geração de energia,
impactos ambientais, além da ideia de que medicamentos são subs-
tâncias sintéticas que atuam no funcionamento do organismo.
De forma similar, a compreensão do que seja sustentabilidade pressu-
põe que os alunos, além de entenderem a importância da biodiversidade
para a manutenção dos ecossistemas e do equilíbrio dinâmico socioam-
biental, sejam capazes de avaliar hábitos de consumo que envolvam
recursos naturais e artificiais e identifiquem relações dos processos
atmosféricos, geológicos, celestes e sociais com as condições necessá-
rias para a manutenção da vida no planeta.
Impossível pensar em uma educação científica contemporânea sem
reconhecer os múltiplos papéis da tecnologia no desenvolvimento
da sociedade humana. A investigação de materiais para usos tecno-
lógicos, a aplicação de instrumentos óticos na saúde e na observação
do céu, a produção de material sintético e seus usos, as aplicações
das fontes de energia e suas aplicações e, até mesmo, o uso da
radiação eletromagnética para diagnóstico e tratamento médico,
entre outras situações, são exemplos de como ciência e tecnologia,
por um lado, viabilizam a melhoria da qualidade de vida humana,
mas, por outro, ampliam as desigualdades sociais e a degradação do
ambiente. Dessa forma, é importante salientar os múltiplos papéis
desempenhados pela relação ciência-tecnologia-sociedade na vida
moderna e na vida do planeta Terra como elementos centrais no
330
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
posicionamento e na tomada de decisões frente aos desafios éticos,
culturais, políticos e socioambientais.
As unidades temáticas estão estruturadas em um conjunto de habi-
lidades cuja complexidade cresce progressivamente ao longo dos
anos. Essas habilidades mobilizam conhecimentos conceituais, lin-
guagens e alguns dos principais processos, práticas e procedimentos
de investigação envolvidos na dinâmica da construção de conheci-
mentos na ciência.
Assim, quando é utilizado um determinado verbo em uma habili-
dade, como “apresentar” ou “relatar”, este se refere a procedimentos
comuns da ciência, neste caso relacionados à comunicação, que
envolvem também outras etapas do processo investigativo. A ideia
implícita está em relatar de forma sistemática o resultado de uma
coleta de dados e/ou apresentar a organização e extrapolação de
conclusões, de tal forma a considerar os contra-argumentos apresen-
tados, no caso de um debate, por exemplo.
Da mesma forma, quando é utilizado o verbo “observar”, tem-se em
mente o aguçamento da curiosidade dos alunos sobre o mundo, em
busca de questões que possibilitem elaborar hipóteses e construir
explicações sobre a realidade que os cerca.
Cumpre destacar que os critérios de organização das habilidades na
BNCC (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos quais
se relacionam e do agrupamento desses objetos em unidades temá-
ticas) expressam um arranjo possível (dentre outros). Portanto, os
agrupamentos propostos não devem ser tomados como modelo
obrigatório para o desenho dos currículos.
331
CIÊNCIAS DA NATUREZA
ENSINO FUNDAMENTAL
4.3.1.1.
CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS INICIAIS:
UNIDADES TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO
E HABILIDADES
Antes de iniciar sua vida escolar, as crianças já convivem com fenô-
menos, transformações e aparatos tecnológicos em seu dia a dia.
Além disso, na Educação Infantil, como proposto na BNCC, elas têm
a oportunidade de explorar ambientes e fenômenos e também a
relação com seu próprio corpo e bem-estar, em todos os campos
de experiências.
Assim, ao iniciar o Ensino Fundamental, os alunos possuem vivências,
saberes, interesses e curiosidades sobre o mundo natural e tecnoló-
gico que devem ser valorizados e mobilizados. Esse deve ser o ponto
de partida de atividades que assegurem a eles construir conheci-
mentos sistematizados de Ciências, oferecendo-lhes elementos para
que compreendam desde fenômenos de seu ambiente imediato até
temáticas mais amplas.
Nesse sentido, não basta que os conhecimentos científicos sejam
apresentados aos alunos. É preciso oferecer oportunidades para que
eles, de fato, envolvam-se em processos de aprendizagem nos quais
possam vivenciar momentos de investigação que lhes possibilitem
exercitar e ampliar sua curiosidade, aperfeiçoar sua capacidade de
observação, de raciocínio lógico e de criação, desenvolver posturas
mais colaborativas e sistematizar suas primeiras explicações sobre
o mundo natural e tecnológico, e sobre seu corpo, sua saúde e seu
bem-estar, tendo como referência os conhecimentos, as linguagens e
os procedimentos próprios das Ciências da Natureza.
É necessário destacar que, em especial nos dois primeiros anos da
escolaridade básica, em que se investe prioritariamente no processo
de alfabetização das crianças, as habilidades de Ciências buscam
propiciar um contexto adequado para a ampliação dos contextos
de letramento.
332
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
CIÊNCIAS – 1º ANO
UNIDADES TEMÁTICAS
OBJETOS DE CONHECIMENTO
HABILIDADES
Compartilhe com seus amigos: |