escolas-de-fronteira>. Acesso em: 6 dez. 2017. Os povos indígenas têm o direito constitucional
de desenvolver em seus territórios projetos educacionais e práticas pedagógicas de ensino
intercultural e bilíngue. Os pomeranos também dispõem de programas de educação bilíngue,
no Espírito Santo. MORELLO, R (Organizadora).
Leis e línguas no Brasil. O processo de
cooficialização e suas potencialidades. Florianópolis: IPOL, 2015, 140p.
BASE
NACIONAL
COMUM CURRICULAR
72
Leitura no contexto da BNCC é tomada em um sentido mais amplo,
dizendo respeito não somente ao texto escrito, mas também a
imagens estáticas (foto, pintura, desenho, esquema, gráfico, dia-
grama) ou em movimento (filmes, vídeos etc.) e ao som (música),
que acompanha e cossignifica em muitos gêneros digitais.
O tratamento das práticas leitoras compreende dimensões
inter-relacionadas às práticas de uso e reflexão, tais como as apre-
sentadas a seguir.
Reconstrução e
reflexão sobre
as
condições
de produção e
recepção dos textos
pertencentes a
diferentes gêneros
e que circulam nas
diferentes mídias e
esferas/campos de
atividade humana
• Relacionar o texto com suas condições de produção, seu
contexto sócio-histórico de circulação e com os projetos de dizer:
leitor e leitura previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas
em jogo, papel social do autor, época, gênero do discurso e
esfera/campo em questão etc.
• Analisar a circulação dos gêneros do discurso nos diferentes
campos de atividade, seus usos e funções relacionados com
as atividades típicas do campo, seus diferentes agentes, os
interesses em jogo e as práticas de linguagem em circulação e as
relações de determinação desses elementos sobre a construção
composicional, as marcas linguísticas ligadas ao estilo e o
conteúdo temático dos gêneros.
• Refletir sobre as transformações ocorridas nos campos de
atividades em função do desenvolvimento das tecnologias de
comunicação e informação, do uso do hipertexto e da hipermídia
e do surgimento da Web 2.0: novos gêneros do discurso e novas
práticas de linguagem próprias da cultura digital, transmutação
ou reelaboração dos gêneros em função das transformações
pelas quais passam o texto (de formatação e em função da
convergência de mídias e do funcionamento hipertextual),
novas formas de interação e de compartilhamento de textos/
conteúdos/informações, reconfiguração do papel de leitor, que
passa a ser também produtor, dentre outros, como forma de
ampliar as possibilidades de participação na cultura digital e
contemplar os novos e os multiletramentos.
• Fazer apreciações e valorações estéticas, éticas, políticas e
ideológicas, dentre outras, envolvidas na leitura crítica de textos
verbais e de outras produções culturais.
LINGUAGENS – LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL
73
Reconstrução e
reflexão sobre
as condições
de produção e
recepção dos textos
pertencentes a
diferentes gêneros
e que circulam nas
diferentes mídias e
esferas/campos de
atividade humana
• Analisar as diferentes formas de manifestação da compreensão
ativa (réplica ativa) dos textos que circulam nas redes sociais,
blogs/microblog,
sites e afins e os gêneros que conformam essas
práticas de linguagem, como: comentário, carta de leitor, post
em rede social
33
, gif, meme, fanfic, vlogs variados, political remix,
charge digital, paródias de diferentes tipos, vídeos-minuto,
e-zine,
fanzine, fanvídeo, vidding, gameplay, walkthrough, detonado,
machinima,
trailer honesto,
playlists comentadas de diferentes
tipos etc., de forma a ampliar a compreensão de textos que
pertencem a esses gêneros e a possibilitar uma participação mais
qualificada do ponto de vista ético, estético e político nas práticas
de linguagem da cultura digital.
Dialogia e relação
entre textos
• Identificar e refletir sobre as diferentes perspectivas ou vozes
presentes nos textos e sobre os efeitos de sentido do uso do
discurso direto, indireto, indireto livre, citações etc.
• Estabelecer relações de intertextualidade e interdiscursividade
que permitam a identificação e compreensão dos diferentes
posicionamentos e/ou perspectivas em jogo, do papel da
paráfrase e de produções como as paródias e a estilizações.
Reconstrução
da textualidade,
recuperação e análise
da organização
textual, da
progressão temática
e estabelecimento
de relações entre as
partes do texto
• Estabelecer relações entre as partes do texto, identificando
repetições, substituições e os elementos coesivos que contribuem
para a continuidade do texto e sua progressão temática.
• Estabelecer relações lógico-discursivas variadas (identificar/
distinguir e relacionar fato e opinião; causa/efeito; tese/
argumentos; problema/solução; definição/exemplos etc.).
• Selecionar e hierarquizar informações, tendo em vista as
condições de produção e recepção dos textos.
Reflexão crítica
sobre as temáticas
tratadas e validade
das informações
• Refletir criticamente sobre a fidedignidade das informações, as
temáticas, os fatos, os acontecimentos, as questões controversas
presentes nos textos lidos, posicionando-se.
Compreensão dos
efeitos de sentido
provocados pelos
usos de
recursos
linguísticos e
multissemióticos em
textos pertencentes a
gêneros diversos
• Identificar implícitos e os efeitos de sentido decorrentes de
determinados usos expressivos da linguagem, da pontuação e
de outras notações, da escolha de determinadas palavras ou
expressões e identificar efeitos de ironia ou humor.
• Identificar e analisar efeitos de sentido decorrentes de escolhas
e formatação de imagens (enquadramento, ângulo/vetor, cor,
brilho, contraste), de sua sequenciação (disposição e transição,
movimentos de câmera, remix) e da performance – movimentos
do corpo, gestos, ocupação do espaço cênico e elementos sonoros
(entonação, trilha sonora, sampleamento etc.) que nela se relacionam.
• Identificar e analisar efeitos de sentido decorrentes de escolhas
de volume, timbre, intensidade, pausas, ritmo, efeitos sonoros,
sincronização etc. em artefatos sonoros.
33 As atividades de leitura autônoma e produção de textos em redes sociais e de produção de
fanfics devem observar a faixa etária mínima permitida de acesso a esses ambientes/sites.
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
74
Estratégias e
procedimentos de
leitura
• Selecionar procedimentos de leitura adequados a diferentes
objetivos e interesses, levando em conta características do
gênero e suporte do texto, de forma a poder proceder a uma
leitura autônoma em relação a temas familiares.
• Estabelecer/considerar os objetivos de leitura.
• Estabelecer relações entre o texto e conhecimentos prévios,
vivências, valores e crenças.
• Estabelecer expectativas (pressuposições antecipadoras
dos sentidos, da forma e da função do texto), apoiando-se em
seus conhecimentos prévios sobre gênero textual, suporte e
universo temático, bem como sobre saliências textuais, recursos
gráficos, imagens, dados da própria obra (índice, prefácio etc.),
confirmando antecipações e inferências realizadas antes e
durante a leitura de textos.
• Localizar/recuperar informação.
• Inferir ou deduzir informações implícitas.
• Inferir ou deduzir, pelo contexto semântico ou linguístico, o
significado de palavras ou expressões desconhecidas.
• Identificar ou selecionar, em função do contexto de ocorrência,
a acepção mais adequada de um vocábulo ou expressão.
• Apreender os sentidos globais do texto.
• Reconhecer/inferir o tema.
• Articular o verbal com outras linguagens – diagramas,
ilustrações, fotografias, vídeos, arquivos sonoros etc. –
reconhecendo relações de reiteração, complementaridade ou
contradição entre o verbal e as outras linguagens.
• Buscar, selecionar, tratar, analisar e usar informações, tendo em
vista diferentes objetivos.
• Manejar de forma produtiva a não linearidade da leitura de
hipertextos e o manuseio de várias janelas, tendo em vista os
objetivos de leitura.
Adesão às práticas
de leitura
• Mostrar-se interessado e envolvido pela leitura de livros de
literatura, textos de divulgação científica e/ou textos jornalísticos
que circulam em várias mídias.
• Mostrar-se ou tornar-se receptivo a textos que rompam com
seu universo de expectativa, que representem um desafio
em relação às suas possibilidades atuais e suas experiências
anteriores de leitura, apoiando-se nas marcas linguísticas, em seu
conhecimento sobre os gêneros e a temática e nas orientações
dadas pelo professor.
LINGUAGENS – LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL
75
Como já ressaltado, na perspectiva da BNCC, as habilidades não
são desenvolvidas de forma genérica e descontextualizada, mas por
meio da leitura de textos pertencentes a gêneros que circulam nos
diversos campos de atividade humana. Daí que, em cada campo
que será apresentado adiante, serão destacadas as habilidades de
leitura, oralidade e escrita, de forma contextualizada pelas práticas,
gêneros e diferentes objetos do conhecimento em questão.
A demanda cognitiva das atividades de leitura deve aumentar
progressivamente desde os anos iniciais do Ensino Fundamental até
o Ensino Médio. Esta complexidade se expressa pela articulação:
•
da diversidade dos gêneros textuais escolhidos e das práticas
consideradas em cada campo;
•
da complexidade textual que se concretiza pela temática,
estruturação sintática, vocabulário, recursos estilísticos utilizados,
orquestração de vozes e linguagens presentes no texto;
•
do uso de habilidades de leitura que exigem processos mentais
necessários e progressivamente mais demandantes, passando de
processos de recuperação de informação (identificação, reconhe-
cimento, organização) a processos de compreensão (comparação,
distinção, estabelecimento de relações e inferência) e de reflexão
sobre o texto (justificação, análise, articulação, apreciação e valora-
ções estéticas, éticas, políticas e ideológicas);
•
da consideração da cultura digital e das TDIC;
•
da consideração da diversidade cultural, de maneira a abranger
produções e formas de expressão diversas, a literatura infantil e
juvenil, o cânone, o culto, o popular, a cultura de massa, a cultura
das mídias, as culturas juvenis etc., de forma a garantir ampliação
de repertório, além de interação e trato com o diferente.
A participação dos estudantes em atividades de leitura com
demandas crescentes possibilita uma ampliação de repertório de
experiências, práticas, gêneros e conhecimentos que podem ser
acessados diante de novos textos, configurando-se como conheci-
mentos prévios em novas situações de leitura.
Por conta dessa natureza repertorial, é possível tratar de gêneros do
discurso sugeridos em outros anos que não os indicados. Embora
preveja certa progressão, a indicação no ano visa antes garantir uma
distribuição adequada em termos de diversidades. Assim, se fizer
mais sentido que um gênero mencionado e/ou habilidades a ele
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
76
relacionadas no 9º ano sejam trabalhados no 8º, isso não configura
um problema, desde que ao final do nível a diversidade indicada
tenha sido contemplada.
Mesmo em relação à progressão das habilidades, seu desenvolvimento
não se dá em curto espaço de tempo, podendo supor diferentes graus
e ir se complexificando durante vários anos.
Durante a leitura, as habilidades operam de forma articulada. Dado o
desenvolvimento de uma autonomia de leitura em termos de fluência
e progressão, é difícil discretizar um grau ou mesmo uma habilidade,
não existindo muitos pré-requisitos (a não ser em termos de conhe-
cimentos prévios), pois os caminhos para a construção dos sentidos
são diversos. O interesse por um tema pode ser tão grande que
mobiliza para leituras mais desafiadoras, que, por mais que possam
não contar com uma compreensão mais fina do texto, podem, em
função de relações estabelecidas com conhecimentos ou leituras
anteriores, possibilitar entendimentos parciais que respondam aos
interesses/objetivos em pauta. O grau de envolvimento com uma
personagem ou um universo ficcional, em função da leitura de livros
e HQs anteriores, da vivência com filmes e games relacionados, da
participação em comunidades de fãs etc., pode ser tamanho que
encoraje a leitura de trechos de maior extensão e complexidade
lexical ou sintática dos que os em geral lidos.
O
Eixo da Produção de Textos compreende as práticas de linguagem
relacionadas à interação e à autoria (individual ou coletiva) do texto
escrito, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos
enunciativos como, por exemplo, construir um álbum de personagens
famosas, de heróis/heroínas ou de vilões ou vilãs; produzir um alma-
naque que retrate as práticas culturais da comunidade; narrar fatos
cotidianos, de forma crítica, lírica ou bem-humorada em uma crônica;
comentar e indicar diferentes produções culturais por meio de rese-
nhas ou de playlists comentadas; descrever, avaliar e recomendar (ou
não) um game em uma resenha, gameplay ou vlog; escrever verbetes
de curiosidades científicas; sistematizar dados de um estudo em um
relatório ou relato multimidiático de campo; divulgar conhecimentos
específicos por meio de um verbete de enciclopédia digital colabo-
rativa; relatar fatos relevantes para a comunidade em notícias; cobrir
acontecimentos ou levantar dados relevantes para a comunidade em
uma reportagem; expressar posição em uma carta de leitor ou artigo
de opinião; denunciar situações de desrespeito aos direitos por meio
de fotorreportagem, fotodenúncia, poema, lambe-lambe, microrro-
teiro, dentre outros.
LINGUAGENS – LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL
77
O tratamento das práticas de produção de textos compreende dimen-
sões inter-relacionadas às práticas de uso e reflexão, tais como:
Consideração e reflexão
sobre as
condições de
produção dos textos que
regem a circulação de
diferentes gêneros nas
diferentes mídias e campos
de atividade humana
• Refletir sobre diferentes contextos e situações sociais
em que se produzem textos e sobre as diferenças em
termos formais, estilísticos e linguísticos que esses
contextos determinam, incluindo-se aí a multissemiose
e características da conectividade (uso de hipertextos e
hiperlinks, dentre outros, presentes nos textos que circulam
em contexto digital).
• Analisar as condições de produção do texto no que diz
respeito ao lugar social assumido e à imagem que se pretende
passar a respeito de si mesmo; ao leitor pretendido; ao veículo
ou à mídia em que o texto ou produção cultural vai circular;
ao contexto imediato e ao contexto sócio-histórico mais geral;
ao gênero do discurso/campo de atividade em questão etc.
• Analisar aspectos sociodiscursivos, temáticos,
composicionais e estilísticos dos gêneros propostos para a
produção de textos, estabelecendo relações entre eles.
Dialogia e relação entre
textos
• Orquestrar as diferentes vozes nos textos pertencentes
aos gêneros literários, fazendo uso adequado da “fala” do
narrador, do discurso direto, indireto e indireto livre.
• Estabelecer relações de intertextualidade para explicitar,
sustentar e qualificar posicionamentos, construir e
referendar explicações e relatos, fazendo usos de citações
e paráfrases, devidamente marcadas e para produzir
paródias e estilizações.
Alimentação temática
• Selecionar informações e dados, argumentos e outras
referências em fontes confiáveis impressas e digitais,
organizando em roteiros ou outros formatos o material
pesquisado, para que o texto a ser produzido tenha
um nível de aprofundamento adequado (para além do
senso comum, quando for esse o caso) e contemple a
sustentação das posições defendidas.
Construção da textualidade
• Estabelecer relações entre as partes do texto, levando
em conta a construção composicional e o estilo do gênero,
evitando repetições e usando adequadamente elementos
coesivos que contribuam para a coerência, a continuidade
do texto e sua progressão temática.
• Organizar e/ou hierarquizar informações, tendo em vista
as condições de produção e as relações lógico discursivas
em jogo: causa/efeito; tese/argumentos; problema/solução;
definição/exemplos etc.
• Usar recursos linguísticos e multissemióticos de forma
articulada e adequada, tendo em vista o contexto de
produção do texto, a construção composicional e o estilo
do gênero e os efeitos de sentido pretendidos.
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
78
Aspectos notacionais e
gramaticais
• Utilizar, ao produzir textos, os conhecimentos dos
aspectos notacionais – ortografia padrão, pontuação
adequada, mecanismos de concordância nominal e verbal,
regência verbal etc., sempre que o contexto exigir o uso da
norma-padrão.
Estratégias de produção
• Desenvolver estratégias de planejamento, revisão,
edição, reescrita/redesign e avaliação de textos,
considerando-se sua adequação aos contextos em que
foram produzidos, ao modo (escrito ou oral; imagem
estática ou em movimento etc.), à variedade linguística
e/ou semioses apropriadas a esse contexto, os
enunciadores envolvidos, o gênero, o suporte, a esfera/
campo de circulação, adequação à norma-padrão etc.
• Utilizar softwares de edição de texto, de imagem e de
áudio para editar textos produzidos em várias mídias,
explorando os recursos multimídias disponíveis.
Da mesma forma que na leitura, não se deve conceber que as
habilidades de produção sejam desenvolvidas de forma genérica
e descontextualizadas, mas por meio de situações efetivas de pro-
dução de textos pertencentes a gêneros que circulam nos diversos
campos de atividade humana. Os mesmos princípios de organiza-
ção e progressão curricular valem aqui, resguardadas a mudança
de papel assumido frente às práticas discursivas em questão, com
crescente aumento da informatividade e sustentação argumenta-
tiva, do uso de recursos estilísticos e coesivos e da autonomia para
planejar, produzir e revisar/editar as produções realizadas.
Aqui, também, a escrita de um texto argumentativo no 7º ano, em
função da mobilização frente ao tema ou de outras circunstâncias,
pode envolver análise e uso de diferentes tipos de argumentos e
movimentos argumentativos, que podem estar previstos para o 9º
ano. Da mesma forma, o manuseio de uma ferramenta ou a produ-
ção de um tipo de vídeo proposto para uma apresentação oral no
9º ano pode se dar no 6º ou 7º anos, em função de um interesse
que possa ter mobilizado os alunos para tanto. Nesse sentido,
o manuseio de diferentes ferramentas – de edição de texto, de
vídeo, áudio etc. – requerido pela situação e proposto ao longo dos
diferentes anos pode se dar a qualquer momento, mas é preciso
garantir a diversidade sugerida ao longo dos anos.
O
Eixo da Oralidade compreende as práticas de linguagem que
ocorrem em situação oral com ou sem contato face a face, como
aula dialogada, webconferência, mensagem gravada, spot de cam-
panha, jingle, seminário, debate, programa de rádio, entrevista,
LINGUAGENS – LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL
79
declamação de poemas (com ou sem efeitos sonoros), peça
teatral, apresentação de cantigas e canções,
playlist comentada
de músicas, vlog de game, contação de histórias, diferentes tipos
de podcasts e vídeos, dentre outras. Envolve também a oralização
de textos em situações socialmente significativas e interações e
discussões envolvendo temáticas e outras dimensões linguísticas
do trabalho nos diferentes campos de atuação. O tratamento das
práticas orais compreende:
34
Consideração e reflexão
sobre as
condições de
produção dos textos orais
que regem a circulação
de diferentes gêneros nas
diferentes mídias e campos
de atividade humana
• Refletir sobre diferentes contextos e situações sociais
em que se produzem textos orais e sobre as diferenças
em termos formais, estilísticos e linguísticos que esses
contextos determinam, incluindo-se aí a multimodalidade
e a multissemiose.
• Conhecer e refletir sobre as tradições orais e seus
gêneros, considerando-se as práticas sociais em que tais
textos surgem e se perpetuam, bem como os sentidos
que geram.
Compreensão de textos
orais
• Proceder a uma escuta ativa, voltada para questões relativas
ao contexto de produção dos textos, para o conteúdo em
questão, para a observação de estratégias discursivas e dos
recursos linguísticos e multissemióticos mobilizados, bem
como dos elementos paralinguísticos e cinésicos.
Produção de textos orais
• Produzir textos pertencentes a gêneros orais diversos,
considerando-se aspectos relativos ao planejamento, à
produção, ao redesign, à avaliação das práticas realizadas
em situações de interação social específicas.
Compreensão dos
efeitos de
sentidos provocados pelos
usos de
recursos linguísticos
e multissemióticos em
textos pertencentes a
gêneros diversos
• Identificar e analisar efeitos de sentido decorrentes de
escolhas de volume, timbre, intensidade, pausas, ritmo,
efeitos sonoros, sincronização, expressividade, gestualidade
etc. e produzir textos levando em conta efeitos possíveis.
34 Grande parte das habilidades descritas nos eixos Leitura e Produção de texto também se
relaciona com o eixo Oralidade. Foram incluídas no quadro a seguir somente habilidades que
se relacionam com gêneros e aspectos mais específicos da modalidade oral.
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
80
Relação entre fala e escrita
• Estabelecer relação entre fala e escrita, levando-se em
conta o modo como as duas modalidades se articulam em
diferentes gêneros e práticas de linguagem (como jornal
de TV, programa de rádio, apresentação de seminário,
mensagem instantânea etc.), as semelhanças e as
diferenças entre modos de falar e de registrar o escrito e
os aspectos sociodiscursivos, composicionais e linguísticos
de cada modalidade sempre relacionados com os gêneros
em questão.
• Oralizar o texto escrito, considerando-se as situações
sociais em que tal tipo de atividade acontece, seus
elementos paralinguísticos e cinésicos, dentre outros.
• Refletir sobre as variedades linguísticas, adequando sua
produção a esse contexto.
Se uma face do aprendizado da Língua Portuguesa decorre da efetiva
atuação do estudante em práticas de linguagem que envolvem a
leitura/escuta e a produção de textos orais, escritos e multissemióti-
cos, situadas em campos de atuação específicos, a outra face provém
da reflexão/análise sobre/da própria experiência de realização dessas
práticas. Temos aí, portanto, o eixo da análise linguística/semiótica,
que envolve o conhecimento sobre a língua, sobre a norma-padrão
e sobre as outras semioses, que se desenvolve transversalmente aos
dois eixos – leitura/escuta e produção oral, escrita e multissemiótica –
e que envolve análise textual, gramatical, lexical, fonológica e das
materialidades das outras semioses.
O
Eixo da Análise Linguística/Semiótica envolve os procedimentos e
estratégias (meta)cognitivas de análise e avaliação consciente, durante
os processos de leitura e de produção de textos (orais, escritos e mul-
tissemióticos), das materialidades dos textos, responsáveis por seus
efeitos de sentido, seja no que se refere às formas de composição dos
textos, determinadas pelos gêneros (orais, escritos e multissemióticos)
e pela situação de produção, seja no que se refere aos estilos adotados
nos textos, com forte impacto nos efeitos de sentido. Assim, no que
diz respeito à linguagem verbal oral e escrita, as formas de composi-
ção dos textos dizem respeito à coesão, coerência e organização da
progressão temática dos textos, influenciadas pela organização típica
(forma de composição) do gênero em questão. No caso de textos orais,
essa análise envolverá também os elementos próprios da fala – como
ritmo, altura, intensidade, clareza de articulação, variedade linguística
adotada, estilização etc. –, assim como os elementos paralinguísticos e
cinésicos – postura, expressão facial, gestualidade etc. No que tange ao
estilo, serão levadas em conta as escolhas de léxico e de variedade lin-
guística ou estilização e alguns mecanismos sintáticos e morfológicos,
de acordo com a situação de produção, a forma e o estilo de gênero.
LINGUAGENS – LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL
81
Já no que diz respeito aos textos multissemióticos, a análise levará
em conta as formas de composição e estilo de cada uma das lingua-
gens que os integram, tais como plano/ângulo/lado, figura/fundo,
profundidade e foco, cor e intensidade nas imagens visuais estáticas,
acrescendo, nas imagens dinâmicas e performances, as característi-
cas de montagem, ritmo, tipo de movimento, duração, distribuição
no espaço, sincronização com outras linguagens, complementari-
dade e interferência etc. ou tais como ritmo, andamento, melodia,
harmonia, timbres, instrumentos, sampleamento, na música.
Os conhecimentos grafofônicos, ortográficos, lexicais, morfológi-
cos, sintáticos, textuais, discursivos, sociolinguísticos e semióticos
que operam nas análises linguísticas e semióticas necessárias à
compreensão e à produção de linguagens estarão, concomitante-
mente, sendo construídos durante o Ensino Fundamental. Assim, as
práticas de leitura/escuta e de produção de textos orais, escritos e
multissemióticos oportunizam situações de reflexão sobre a língua
e as linguagens de uma forma geral, em que essas descrições,
conceitos e regras operam e nas quais serão concomitantemente
construídos: comparação entre definições que permitam obser-
var diferenças de recortes e ênfases na formulação de conceitos e
regras; comparação de diferentes formas de dizer “a mesma coisa”
e análise dos efeitos de sentido que essas formas podem trazer/
suscitar; exploração dos modos de significar dos diferentes siste-
mas semióticos etc.
Cabem também reflexões sobre os fenômenos da mudança lin-
guística e da variação linguística, inerentes a qualquer sistema
linguístico, e que podem ser observados em quaisquer níveis de
análise. Em especial, as variedades linguísticas devem ser objeto
de reflexão e o valor social atribuído às variedades de prestígio e
às variedades estigmatizadas, que está relacionado a preconceitos
sociais, deve ser tematizado.
Esses conhecimentos linguísticos operam em todos os campos/esferas
de atuação.
Em função do privilégio social e cultural dado à escrita, tendemos a
tratar as outras linguagens como tratamos o linguístico – buscando
a narrativa/relato/exposição, a relação com o verbal –, os elementos
presentes, suas formas de combinação, sem muitas vezes prestar-
mos atenção em outras características das outras semioses que
produzem sentido, como variações de graus de tons, ritmos, intensi-
dades, volumes, ocupação no espaço (presente também no escrito,
mas tradicionalmente pouco explorado) etc. Por essa razão, em cada
campo é destacado o que pode/deve ser trabalhado em termos de
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
82
semioses/modalidades, de forma articulada com as práticas de leitura/
escuta e produção, já mencionadas nos quadros dessas práticas, para
que a análise não se limite aos elementos dos diferentes sistemas e
suas relações, mas seja relacionada a situações de uso.
O que seria comum em todas essas manifestações de linguagem é que
elas sempre expressam algum conteúdo ou emoção – narram, descre-
vem, subvertem, (re)criam, argumentam, produzem sensações etc. –,
veiculam uma apreciação valorativa, organizando diferentes elementos
e/ou graus/intensidades desses diferentes elementos, dentre outras
possibilidades. A questão que se coloca é como articular essas dimen-
sões na leitura e produção de textos, no que uma organização do tipo
aqui proposto poderá ajudar.
A separação dessas práticas (de uso e de análise) se dá apenas para
fins de organização curricular, já que em muitos casos (o que é comum
e desejável), essas práticas se interpenetram e se retroalimentam
(quando se lê algo no processo de produção de um texto ou quando
alguém relê o próprio texto; quando, em uma apresentação oral, con-
ta-se com apoio de slides que trazem imagens e texto escrito; em um
programa de rádio, que embora seja veiculado oralmente, parte-se de
um roteiro escrito; quando roteirizamos um podcast; ou quando, na
leitura de um texto, pensa-se que a escolha daquele termo não foi gra-
tuita; ou, ainda, na escrita de um texto, passa-se do uso da 1ª pessoa
do plural para a 3ª pessoa, após se pensar que isso poderá ajudar a
conferir maior objetividade ao texto). Assim, para fins de organização
do quadro de habilidades do componente, foi considerada a prática
principal (eixo), mas uma mesma habilidade incluída no eixo Leitura
pode também dizer respeito ao eixo Produção de textos e vice-versa.
O mesmo cabe às habilidades de análise linguística/semiótica, cuja
maioria foi incluída de forma articulada às habilidades relativas às prá-
ticas de uso – leitura/escuta e produção de textos. São apresentados
em quadro referente a todos os campos os conhecimentos linguísti-
cos relacionados a ortografia, pontuação, conhecimentos gramaticais
(morfológicos, sintáticos, semânticos), entre outros:
Fono-ortografia
• Conhecer e analisar as relações regulares e irregulares
entre fonemas e grafemas na escrita do português do
Brasil.
• Conhecer e analisar as possibilidades de estruturação da
sílaba na escrita do português do Brasil.
LINGUAGENS – LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL
83
Morfossintaxe
• Conhecer as classes de palavras abertas (substantivos,
verbos, adjetivos e advérbios) e fechadas (artigos,
numerais, preposições, conjunções, pronomes) e analisar
suas funções sintático-semânticas nas orações e seu
funcionamento (concordância, regência).
• Perceber o funcionamento das flexões (número, gênero,
tempo, pessoa etc.) de classes gramaticais em orações
(concordância).
• Correlacionar as classes de palavras com as funções
sintáticas (sujeito, predicado, objeto, modificador etc.).
Sintaxe
• Conhecer e analisar as funções sintáticas (sujeito,
predicado, objeto, modificador etc.).
• Conhecer e analisar a organização sintática canônica
das sentenças do português do Brasil e relacioná-la à
organização de períodos compostos (por coordenação e
subordinação).
• Perceber a correlação entre os fenômenos de
concordância, regência e retomada (progressão temática –
anáfora, catáfora) e a organização sintática das sentenças
do português do Brasil.
Semântica
• Conhecer e perceber os efeitos de sentido nos textos
decorrentes de fenômenos léxico-semânticos, tais como
aumentativo/diminutivo; sinonímia/antonímia; polissemia ou
homonímia; figuras de linguagem; modalizações epistêmicas,
deônticas, apreciativas; modos e aspectos verbais.
Variação linguística
• Conhecer algumas das variedades linguísticas do português
do Brasil e suas diferenças fonológicas, prosódicas, lexicais e
sintáticas, avaliando seus efeitos semânticos.
• Discutir, no fenômeno da variação linguística, variedades
prestigiadas e estigmatizadas e o preconceito linguístico
que as cerca, questionando suas bases de maneira crítica.
Elementos notacionais da
escrita
• Conhecer as diferentes funções e perceber os efeitos
de sentidos provocados nos textos pelo uso de sinais de
pontuação (ponto final, ponto de interrogação, ponto
de exclamação, vírgula, ponto e vírgula, dois-pontos) e
de pontuação e sinalização dos diálogos (dois-pontos,
travessão, verbos de dizer).
• Conhecer a acentuação gráfica e perceber suas relações
com a prosódia.
• Utilizar os conhecimentos sobre as regularidades e
irregularidades ortográficas do português do Brasil na
escrita de textos.
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
84
Como já destacado, os eixos apresentados relacionam-se com
práticas de linguagem situadas. Em função disso, outra categoria
organizadora do currículo que se articula com as práticas são os
campos de atuação em que essas práticas se realizam. Assim, na
BNCC, a organização das práticas de linguagem (leitura de textos,
produção de textos, oralidade e análise linguística/semiótica) por
campos de atuação aponta para a importância da contextualização
do conhecimento escolar, para a ideia de que essas práticas derivam
de situações da vida social e, ao mesmo tempo, precisam ser situa-
das em contextos significativos para os estudantes.
São cinco os campos de atuação considerados: Campo da vida coti-
diana (somente anos iniciais), Campo artístico-literário, Campo das
práticas de estudo e pesquisa, Campo jornalístico-midiático e Campo
de atuação na vida pública, sendo que esses dois últimos aparecem
fundidos nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com a denomina-
ção Campo da vida pública:
Anos iniciais
Anos finais
Campo da vida cotidiana
Campo artístico-literário
Campo artístico-literário
Campo das práticas de estudo e pesquisa
Campo das práticas de estudo e pesquisa
Campo da vida pública
Campo jornalístico-midiático
Campo de atuação na vida pública
A escolha por esses campos, de um conjunto maior, deu-se por se
entender que eles contemplam dimensões formativas importantes de
uso da linguagem na escola e fora dela e criam condições para uma
formação para a atuação em atividades do dia a dia, no espaço familiar
e escolar, uma formação que contempla a produção do conhecimento
e a pesquisa; o exercício da cidadania, que envolve, por exemplo, a con-
dição de se inteirar dos fatos do mundo e opinar sobre eles, de poder
propor pautas de discussão e soluções de problemas, como forma de
vislumbrar formas de atuação na vida pública; uma formação estética,
vinculada à experiência de leitura e escrita do texto literário e à com-
preensão e produção de textos artísticos multissemióticos.
Os campos de atuação considerados em cada segmento já con-
templam um movimento de progressão que parte das práticas
mais cotidianas em que a circulação de gêneros orais e menos ins-
titucionalizados é maior (Campo da vida cotidiana), em direção
a práticas e gêneros mais institucionalizados, com predomínio da
escrita e do oral público (demais campos). A seleção de gêneros,
portadores e exemplares textuais propostos também organizam a
progressão, como será detalhado mais adiante.
LINGUAGENS – LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL
85
Os campos de atuação orientam a seleção de gêneros, práticas,
atividades e procedimentos em cada um deles. Diferentes recortes
são possíveis quando se pensa em campos. As fronteiras entre eles
são tênues, ou seja, reconhece-se que alguns gêneros incluídos em
um determinado campo estão também referenciados a outros, exis-
tindo trânsito entre esses campos. Práticas de leitura e produção
escrita ou oral do campo jornalístico-midiático se conectam com
as de atuação na vida pública. Uma reportagem científica tran-
sita tanto pelo campo jornalístico-midiático quanto pelo campo de
divulgação científica; uma resenha crítica pode pertencer tanto ao
campo jornalístico quanto ao literário ou de investigação. Enfim, os
exemplos são muitos. É preciso considerar, então, que os campos
se interseccionam de diferentes maneiras. Mas o mais importante
a se ter em conta e que justifica sua presença como organizador
do componente é que os campos de atuação permitem conside-
rar as práticas de linguagem – leitura e produção de textos orais e
escritos – que neles têm lugar em uma perspectiva situada, o que
significa, nesse contexto, que o conhecimento metalinguístico e
semiótico em jogo – conhecimento sobre os gêneros, as configura-
ções textuais e os demais níveis de análise linguística e semiótica
– deve poder ser revertido para situações significativas de uso e de
análise para o uso.
Compreende-se, então, que a divisão por campos de atuação tem
também, no componente Língua Portuguesa, uma função didática
de possibilitar a compreensão de que os textos circulam dinami-
camente na prática escolar e na vida social, contribuindo para a
necessária organização dos saberes sobre a língua e as outras lin-
guagens, nos tempos e espaços escolares.
A pesquisa, além de ser mais diretamente focada em um campo,
perpassa todos os outros em ações de busca, seleção, validação,
tratamento e organização de informação envolvidas na curadoria
de informação, podendo/devendo também estar presente no tra-
tamento metodológico dos conteúdos. A cultura digital perpassa
todos os campos, fazendo surgir ou modificando gêneros e práticas.
Por essa razão, optou-se por um tratamento transversal da cultura
digital, bem como das TDIC, articulado a outras dimensões nas
práticas em que aparecem. De igual forma, procurou-se contemplar
formas de expressão das culturas juvenis, que estão mais evidentes
nos campos artístico-literário e jornalístico-midiático, e menos eviden-
tes nos campos de atuação na vida pública e das práticas de estudo
e pesquisa, ainda que possam, nesse campo, ser objeto de pesquisa e
ainda que seja possível pensar em um vídeo-minuto para apresentar
resultados de pesquisa, slides de apresentação que simulem um game
ou em formatos de apresentação dados por um número mínimo de
BASE NACIONAL
COMUM CURRICULAR
86
imagens que condensam muitas ideias e relações, como acontece em
muitas das formas de expressão das culturas juvenis.
Os direitos humanos também perpassam todos os campos de dife-
rentes formas: seja no debate de ideias e organização de formas de
defesa dos direitos humanos (campo jornalístico-midiático e campo
de atuação na vida pública), seja no exercício desses direitos –
direito à literatura e à arte, direito à informação e aos conhecimentos
disponíveis.
Para cada campo de atuação, os objetos de conhecimento e as
habilidades estão organizados a partir das práticas de linguagem
e distribuídos pelos nove anos em dois segmentos (Ensino Funda-
mental – Anos Iniciais e Ensino Fundamental – Anos Finais), dadas
as especificidades de cada segmento.
As habilidades são apresentadas segundo a necessária continuidade
das aprendizagens ao longo dos anos, crescendo progressivamente
em complexidade. Acrescente-se que, embora as habilidades estejam
agrupadas nas diferentes práticas, essas fronteiras são tênues, pois,
no ensino, e também na vida social, estão intimamente interligadas.
Assim, as habilidades devem ser consideradas sob as perspectivas da
continuidade das aprendizagens e da integração dos eixos organiza-
dores e objetos de conhecimento ao longo dos anos de escolarização.
Por esses motivos, optou-se por apresentar os quadros de habilida-
des em seis blocos (1º ao 5º ano; 1º e 2º anos; 3º ao 5º ano; 6º ao 9º
ano; 6º e 7º anos; e 8º e 9º anos), sem que isso represente qualquer
tipo de normatização de organização em ciclos.
Cumpre destacar que os critérios de organização das habilidades
na BNCC (com a explicitação dos objetos de conhecimento aos
quais se relacionam e do agrupamento desses objetos em práticas
de linguagem e campos de atuação) expressam um arranjo possível
(dentre outros). Portanto, os agrupamentos propostos não devem ser
tomados como modelo obrigatório para o desenho dos currículos.
Considerando esses pressupostos, e em articulação com as com-
petências gerais da Educação Básica e com as
competências
específicas da área de Linguagens, o componente curricular de
Língua Portuguesa deve garantir aos estudantes o desenvolvimento
de competências específicas. Vale ainda destacar que tais compe-
tências perpassam todos os componentes curriculares do Ensino
Fundamental e são essenciais para a ampliação das possibilidades
de participação dos estudantes em práticas de diferentes campos
de atividades humanas e de pleno exercício da cidadania.
LINGUAGENS – LÍNGUA PORTUGUESA
ENSINO FUNDAMENTAL
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COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
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