UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
Departamento de Antropologia
Disciplina: ANT7010 -Antropologia da Política – 72h/a
Semestre:2014.2
Professora: Sônia Weidner Maluf
Estagiários docentes: Mestrando Fernando Augusto Groh de Castro Moura e Doutorandas Maria Fernanda Salvadori Pereira e Tatiane Barros
Ementa:
As origens e fundamentos do poder político. Processos de formação dos sistemas políticos. Relações e poder e comportamento simbólico. Organização política em sociedades sem estado.
Proposta neste semestre:
O foco da disciplina será colocar em diálogo as abordagens antropológicas e perspectivas interdisciplinaresdo político, do Estado e das políticas públicas a partir da noção de biopolítica e das biopolíticas (como o regime central das políticas sociais na modernidade) e trazer elementos teóricos e conceituais para uma reflexão sobre a possibilidade de outras “políticas da vida”. Serão abordados, com esse foco, os seguintes tópicos: 1) revisão da literatura antropológica sobre o político, o Estado e as políticas públicas; 2) antropologia e/no Estado, antropologia e/nas políticas públicas; 3) Revisão da literatura sobre biopolítica e abordagens contemporâneas da biopolítica e de outras políticas da vida.
A antropologia da e do político; antropologia e poder: alguns fundamentos.
Introdução ao curso. Situando a antropologia (da) política. Abordagens clássicas do/da política na antropologia e seus comentadores contemporâneos.
1ª aula (11/08/2014): Apresentação e discussão da Proposta de Programa e introdução ao Curso.
2ª aula (18/08/2014):
ABÉLÈS, Marc. La antropología política: nuevos objetivos, nuevos objetos. Biblioteca Omegalfa. Fuente: www.unesco.org/issj/rics153/abelespa.html
KUSCHNIR, Karina. Antropologia e política. In: Revita Brasileira de Ciências Sociais, vol. 22, n. 64, Junho de 2007, 163-167.
EVANS-PRITCHARD, E. E. Os nuer. Uma descrição do modo de subsistência e das instituições políticas de um povo nilota. São Paulo: Perspectiva, 1978. Introdução e Cap. 4. P. 1-12 e 151-200.
3ª aula (25/08/2014):
EVANS-PRITCHARD, E. E. Os nuer. Uma descrição do modo de subsistência e das instituições políticas de um povo nilota. São Paulo: Perspectiva, 1978. Introdução e Cap. 4. P. 1-12 e 151-200.
ROSA, Frederico Delgado. O fantasma de Evans-Pritchard. Diálogos da antropologia com sua história. Etnográfica. Vol. XV, n.2, Junho de 2011, 337-360.
4ª aula (01/09/2014):
GLUCKMAN, Max. Rituais de rebelião do sudeste da África. Cadernos de Antropologia, Brasilia: Depto. de Antropologia, 2011 [1963], 5-33.
FORTES, Meyer & EVANS-PRITCHAD, E. E. Sistemas políticos africanos [Introducción]. In: J. R. LLOBERA (org.). Antropología política, Barcelona: Anagrama, 1985, 85-105.
Introduzindo à discussão antropológica sobre o Estado e a relação entre sociedade e Estado. Etnografia do Estado. Questões teóricas e metodológicas.
5ª aula (08/09/2014):
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1990 [1974], Capítulos: I. Copérnico e os selvagens; II. Troca e poder: filosofia da chefia indígena; XI. A sociedade contra o Estado, p. 7-20; 21-35 e 132-152.
LANNA, Marcos. As sociedades contra o Estado existem? Reciprocidade e poder em Pierre Clastres. MANA 11(2):419-448, 2005.
GOLDMAN, Marcio& LIMA, Tania Stolze. Prefácio. A sociedade contra o Estado. São Paulo: CosacNaify, 2007, 7-20. (Leitura complementar)
6ª aula (15/09/2014):
TROUILLOT, Michel-Rolph. La antropología del Estado en la era de la globalización. Encuentros cercanos de tipo engañoso. CurrentAnthropology, Vol.42, N°1, febrero 2001 (Traducción: Alicia Comas, Cecilia Varela y Cecilia Diez).
BEVILÁCQUA, Ciméa & Leirner, Piero de Camargo. Notas sobre a análise antropológica de setores do Estado brasileiro. Revista de Antropologia, São Paulo, USP, 2000, V. 43 nº 2, 105-140.
7ª aula (22/09/2014):
PALMEIRA, Moacir &GOLDMAN, Márcio. Antropologia, voto e representação política, Rio de Janeiro, Contracapa Livraria. 1996. [Capítulos a definir].
PEIRANO, Mariza. Parte III: O Estado na vida das pessoas. In: A teoria vividae outros ensaios de antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2006, 121-153.
Nação, políticas de identidade e da cultura.
8ª aula (29/09/2014):
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas. São Paulo: Cia. das Letras, 2008.
9ª aula (06/10/2014):
ARENDT, Hannah. "O declínio do Estado-nação e o fim dos direitos do homem". As Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
BUTLER, Judith e SPIVAK, GayatriChakravorty. Quien le canta al Estado-Nación? Lenguaje, política pertenencia. Buenos Aires: Paidós, 2009.
10ª aula (13/10/2014):
COMAROFF, John e COMAROFF, Jean. Naturalizando a nação: estrangeiros, apocalipse e o Estado pós-colonial. Horizontes Antropológicos, v. 7, n. 15, p. 57-106
O Estado em ação. Etnografias das políticas públicas. Antropologia e/no Estado, antropologia e/nas políticas públicas. Biopolítica e biopoder. Governamentalidade. Governo de si e dos outros. Biopolítica e outras políticas da vida. Micropolíticas e revoluções moleculares.
11ª aula (20/10/2014):
LIMA, Antonio Carlos de Souza (Org.). Gestar e gerir. Estudos para uma antropologia da administração pública no Brasil. Rio de Janeiro: Relume-Dumará. 2002. [cap. a escolher]
LANGDON, Esther Jean. Uma avaliação crítica da atenção diferenciada e a colaboração entre antropologia e profissionais de saúde. In Langdon, Jean e Luíza Garnelo (orgs.). Saúde dos Povos Indígenas: Reflexões sobre antropologia participativa. Esther). Rio de Janeiro. Contra Capa. 2004.
MINAYO, Maria Cecilia de Souza. Abordagem antropológica para avaliação de políticas sociais. Revista de Saúde Pública, SãoPaulo, 25 (3): 233-238.
MALUF, Sônia Weidner. Gênero, saúde e aflição: políticas públicas, ativismo e experiências sociais. In Maluf, Sônia W. & Tornquist, Carmen Susana. Gênero, saúde e aflição/ abordagens antropológicas, 2010. (Leitura complementar)
12ª aula (27/10/2014):
FOUCAULT, Michel. O nascimento da medicina social e O nascimento do hospital. Em Microfísica do poder.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 2002, 117-192
13ª aula (03/11/2014):
FOUCAULT, Michel. “Método”. História da Sexualidade 1: A Vontade do Saber. RJ, Graal, 1977, p. 88-97.
FOUCAULT, Michel. “A Governamentalidade”. Microfísica do Poder. RJ, Edições Graal, 1979. p. 277-293.
AGAMBEN, Giorgio. O que é um dispositivo? In: Agamben, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios.Chapecó: Argos/Unochapecó, 2009.
14ª aula (10/11/2014):
FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica, Curso no College de France, 78-79. São Paulo: Martins Fontes, 2008. [caps a escolher]
FAHRINETO, Leon. Biopolíticas. As formulações de Foucault. Florianópolis: Cidade Futura, 2010, 155-202.
DELEUZE, Giles. “Post scriptum sobre as sociedades de contrôle“. In: DELEUZE, Gilles. Conversações: 1972-1990. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1992, p. 219-226.
15ª aula (17/11/2014):
DELEUZE, Gilles & PARNET, Claire. Diálogos. Cap. Políticas. 145-172.
DELEUZE , Gilles & GUATTARI, Félix. Mil Platôs. Capitalismo e esquizofrênia. Vol. 1. Rizoma e Vol.3 – Micropolítica e segmentariedade.
Direitos humanos; justiça; políticas de reconhecimento. Éticas da política ou como viver juntos.Movimentos sociais e revoltas urbanas.
16ª aula (24/11/2014):
HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos. Uma história. São Paulo: Cia. das Letras, 2009.
SEGATO, Rita Laura. Antropologia e direitos humanos: alteridade e ética no movimento de expansão dos direitos universais.Mana. 2006, vol.12, n.1, pp. 207-236. ISSN 0104-9313
17ª aula (01/11/2014):
FRASER, Nancy Mapeando a imaginação feminista: da distribuição ao reconhecimento e a representação. Estudos Feministas, Florianópolis, 15(2): 291-308, maio-agosto/2007
BUTLER, Judith. Vida precária. In: Contemporânea. Revista de Sociologia da UFSCar, n. 1, jun-jul/2011, p. 13-33.
ESPOSITO, Roberto. Niilismo e comunidade. In: Paiva, Raquel. O retorno da comunidade. Os novos caminhos do social. Rio de Janeiro: Mauad, 2007, 15-30.
18ª aula (08/11/2014):
SEVCENKO, Nicolau. A revolta da vacina. Mentes insanas em corpos rebeldes. Rio de Janeiro: CosacNaify, 2014 [1983].
HARVEY, David, MARICATO, Ermínia, ZIZEK, Slavoj, DAVIS, Mike etalii. Cidades Rebeldes. Passe livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo Editorial e Carta Maior, 2013.
Filmografia):
Arquitetura da destruição
O capital
Dinâmica de aula: aulas expositivas, seminários apresentados pelos/as participantes, discussões em grupo, trabalhos e resenhas em grupo ou individuais.
Avaliação: Participação em aula, apresentação de seminários e comentários críticos sobre os textos nas aulas, realização de trabalhos individuais ou em grupo, avaliações periódicas e uma avaliação final.
IMPORTANTE: Estrutura dos seminários: Os seminários serão compostos de uma breve apresentação de uma resenha crítica do texto, seguido da formulação de três perguntas e três respostas referentes ao texto e da apresentação de um exemplo (ou exemplos) etnográfico.
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