sábado – 22h00 B5 – Grande Auditório
Alexandre Nevsky
Sergei Prokofiev: Alexandre Nevsky
Filmes: Alexandr Nevsky; Children of the Revolution; Anna Karenina; Nem Guerra, Nem Paz
Larissa Savchenko, contralto
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Orquestra Sinfónica Portuguesa
João Paulo Santos, direção musical
sábado – 00h15 B6 – Grande Auditório
Tributo a Nino Rota
Quinteto de Richard Galliano
Richard Galliano, acordeão
Nicolas Folmer, trompete
Gabriele Mirabassi, clarinete
Sylvain Le Provost, contrabaixo
Mattia Barbieri, percussões
Existem algumas associações musicais que podem ser estabelecidas antes sequer de se ouvir uma nota. Se os nomes Richard Galliano e Nino Rota parecem feitos um para o outro, isto não tem que ver somente com uma certa semelhança fonética dos seus apelidos, devida ao seu antepassado italiano em comum. Acima de tudo isso acontece porque, no que diz respeito à história da música, é possível identificar algumas simetrias entre eles. Apesar de serem de gerações diferentes, de terem experiências diferentes e de virem de países diferentes, ainda tendemos a acreditar que ambos partilham certas características. Será, talvez, a sua habilidade para descobrir elementos universais em formas populares? Ou será uma apurada sensibilidade para a melodia que faz deles compositores inesquecíveis? Eles partilham algo em comum, mesmo que nunca se tenham conhecido, exceto através da música – uma forma de arte que une os seres humanos ao lidar com o tempo. Rota escreveu para o grande ecrã, criando bandas sonoras que têm alguns dos mais célebres temas de toda a história do cinema, ao focar-se na música tradicional de diferentes regiões de Itália, combinando orquestra sinfónica com os sons da música de rua e com as danças rurais. Galliano, reciprocamente, já compôs músicas, especialmente para Claude Nogaro, que se mantêm na memória e que são tocadas num instrumento – o acordeão – que, mais do que qualquer outro, simboliza a música popular. Ambos os compositores exploraram as suas tradições locais e descobriram elementos que sublimaram, confrontando-os com outros tipos de música e com outras histórias, iluminando-os a partir de ângulos diferentes. Richard Galliano inspirou-se no exemplo do seu amigo Astor Piazzolla para inventar um novo tipo de música para o acordeão, dando uma nova vida a um tipo de música tipicamente francês de uma forma que combina a música da Argentina com uma liberdade de improvisação vinda do mundo do jazz. Pela sua parte, Nino Rota conseguiu captar a alma de Itália nas suas obras, mas descobriu os seus trunfos como compositor de música para cinema somente após ter aperfeiçoado a sua técnica nos Estados Unidos. Foi como se tivesse de se confrontar com a cultura de outro país para melhor se definir a si mesmo.
Galliano nasceu em 1950 e pertence a uma geração que viveu o apogeu do cinema realista italiano, antes de ver os filmes imaginativos de Fellini e antes da trilogia O Padrinho, de Francis Ford Coppola. Estes foram marcos na história do cinema e todos eles têm a marca do mesmo compositor, Nino Rota. As suas bandas sonoras deram a estes filmes uma alma musical própria.
Para algumas pessoas estes temas são muito familiares porque estão tão firmados na nossa memória coletiva quanto as imagens icónicas que os acompanham. Agora Richard Galliano volta a estas composições com o objetivo de lhes fazer justiça sem pôr em causa o seu espírito original. Na maioria dos casos, Galliano escolheu-os vendo os filmes. Para ele, estes temas tornam-se mais claros quando associados aos respetivos filmes.
Este projeto constitui também uma celebração das qualidades que caracterizaram a arte de Rota, com a sua mistura de elementos festivos e música de banda, com o seu lirismo vigoroso e as suas melodias imaginativas, das quais nunca está inteiramente ausente um véu de melancolia. Esta música tem uma simplicidade alegre que a torna instantaneamente acessível ao mesmo tempo que preserva a sua nobreza essencial. Este era um dos grandes trunfos de Nino Rota. E é uma das maiores forças de Richard Galliano.
Vincent Bessières
PEQUENO AUDITÓRIO
sábado – 14H00 B7 – pequeno auditório
Bucha e Estica
Big Band Júnior convida Mário Laginha
Duke Ellington It Don't Mean a Thing if it Ain't Got That Swing *
Duke Ellington Black and Tan Fantasy *
Duke Ellington Mood Indigo *
Ray Henderson Bye Bye Blackbird *
Claus Nymark Bucha e Estica *
João Godinho Raggle Taggle **
Vince Guaraldi Linus and Lucy *
Mário Laginha Tema a definir *
* Arranjos de Claus Nymark
** Arranjo de João Godinho
Mário Laginha, piano
Big Band Júnior
Claus Nymark, direção musical
Bucha e Estica, um tema original do maestro Claus Nymark, numa homenagem aos comediantes Laurel and Hardy, dá o nome ao concerto da Big Band Júnior (BBJ). Esta dupla iniciou-se no cinema mudo, tornando-se mundialmente célebre nas décadas de 1920 e 1930. É também por esta altura que começam a surgir as primeiras big bands, cuja sonoridade foi uma presença constante durante toda a era de ouro de Hollywood.
Vários dos temas apresentados neste concerto fizeram história no cinema norte-americano, como «Black and Tan Fantasy», «Bye Bye Blackbird» e «Mood Indigo». Outros contêm referências ou constituem homenagens dos compositores a esse universo.
Mais uma vez, a BBJ contará com a participação de um dos mais destacados nomes do panorama da música improvisada em Portugal, Mário Laginha.
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