PONTOS CANTADOS
Meu padrinho Obaluaê
O que “vós quer” para comer?
Quero pipoca estourada no azeite de dendê
Também quero um copo d´água para meus filhos benzer
Meu padrinho Obaluaê
O que “vós quer” para comer?
Quero farinha amarela no azeite de dendê
Também quero um copo d´água para meus filhos benzer
Omolu ê, Omoluá
Omoluê, Omolu é Orixá
Cadê a chave do baú?
Tá com o velho Omolu
Pai Curador, Om olu abençoa a todos, protege e prom ove a saúde em todos os
níveis (físico, espiritual, psíquico, etc.).
OU TR OS OR IXÁ S C U LTU A D OS N A U M B A N D A
Outros Orixás cultuados na Um banda, ao m enos em algum as casas: Exu, Obá,
Euá, Logun-Edé, Iroco, Ossaim , Oxum aré, Tem po, Orunm ilá/Ifá (o prim eiro é
representante do segundo na Terra).
Exu
Conhecido pelos Fons com o Legba ou Legbara, o Exu iorubano é Orixá
bastante controvertido e de difícil com preensão - o que certam ente o levou a ser
identificado com o Diabo cristão. Responsável pelo transporte das oferendas aos
Orixás e tam bém pela com unicação dos m esm os, é, portanto, seu interm ediário.
Com o reza antigo provérbio, Sem Exu não se faz nada.
Seu arquétipo é o daquele que questiona as regras, para quem nem sem pre o
certo é certo ou o errado, errado. Assem elha-se bastante ao Trickster dos
indígenas norte-am ericanos. Seus altares e sím bolos são fálicos, pois representa a
energia criadora, o vigor da sexualidade.
Responsável pela vigia e guarda das passagens, é aquele que abre e fecha
cam inhos, aj udando a encontrar m eios para o progresso além da segurança do
lar e protegendo contra os m ais diversos perigos e inim igos.
De m odo geral, o Orixá Exu não é diretam ente cultuado na Um banda, m as
sim os Guardiões (Exus) e Guardiãs (Pom bogiras).
Características
Anim ais: cachorro, galinha preta.
Bebida: cachaça.
Chacra: básico (sacro).
Cores: preto e verm elho.
Com em oração: 13 de j unho.
Com ida: padê.
Contas: pretas e verm elhas.
Corpo hum ano e saúde: dores de cabeça relacionadas a problem as no fígado.
Dia da sem ana: segunda-feira.
Elem ento: fogo.
Elem entos incom patíveis: com idas brancas, leite, sal.
Ervas: arruda, capim tiririca, hortelã, pim enta, salsa, urtiga.
Flores: cravos verm elhos.
Metal: ferro.
Pedras: granada, ônix, turm alina negra, rubi.
Planeta: Mercúrio.
Pontos da natureza/de força: encruzilhadas, passagens.
Saudação: Laroiê, Exu, Exu Mojubá! (“Salve, Mensageiro, eu saúdo Exu!”).
Fórm ula usada para os Guardiões e tam bém para Pom bogiras.
Sím bolos: bastão (ogó), tridente.
Sincretism o: Santo Antônio.
SINCRETISMO
SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA OU DE LISBOA
(13 de j unho)
Talvez a associação de Exu com o franciscano do século XIII sej a porque ele
foi canonizado no dia de Pentecostes, ao qual se associam línguas de fogo
descendo do céu - sendo o fogo o elem ento do Orixá Exu. Certam ente a
associação se dá porque Antônio era m issionário, peregrino, cam inhando
sem pre.
REG ISTROS
Itãs
Exu vagava pelo m undo, sem destino, sem se fixar em lugar nenhum ou
exercer algum a profissão. Sim plesm ente ia de um canto a outro. Um dia
com eçou a ir a casa de Oxalá, onde passava o tem po a observar o velho Orixá a
fabricar seres hum anos.
Outros visitavam Oxalá, ficavam alguns dias, m as nada aprendiam , apenas
adm iravam a obra de Oxalá, entregando-lhe oferendas. Por sua vez, Exu ficou
dezesseis anos na casa de Oxalá, aj udando e aprendendo com o se fabricavam os
hum anos, observando, atento, sem nada perguntar.
Com o o núm ero de hum anos para fazer só aum entava, Oxalá pediu a Exu para
ficar na encruzilhada por onde passavam os visitantes, não perm itindo que
passassem os que nada trouxessem ao velho Orixá. Exu, então, recolhia as
oferendas e entregava a Oxalá, que resolveu recom pensá-lo, de m odo que todo
visitante deveria tam bém deixar algo para Exu.
Exu se fixou de vez com o guardião de Oxalá, fez sua casa na encruzilhada e
prosperou.
Certa vez, Aganj u, ao atravessar um rio, viu um a linda m ulher que se banhava
nas águas.
Era Oxum . Fez-lhe a corte, m as Oxum o desprezou.
Então, Aganj u tentou violentá-la.
Das águas surgiu um pequeno ser, Eleguá, para defender Oxum , que, rindo,
explicou a Aganj u que Eleguá a queria com o m ãe. De pronto, estabeleceu-se
um a am izade entre todos.
Aganj u convidou os dois para irem à sua casa. Am bos aceitaram .
Lá chegando, porém , Eleguá recusou-se a entrar, ficando à porta.
Tornou-se guardião da casa.
E, assim , tornou-se tam bém o prim eiro a com er.
Certa vez m andaram Exu preparar um ebó (oferenda) para se conseguir
fortuna rapidam ente. Depois de tê-lo preparado, Exu foi para Ij ebu. Contudo, não
se hospedou na casa do governante local, segundo a tradição, m as na casa de um
hom em m uito im portante.
Pela m adrugada, todos dorm indo, Exu se levantou e fingiu ir até o quintal para
urinar. Então, pôs fogo nas palhas que cobria a casa e passou a gritar, dizendo que
perdia um a fortuna im ensa que estava dentro de um a talha que entregara ao
dono da casa para guardar.
Tudo foi consum ido pelo fogo.
Um a m ultidão acorria e ouvia a história de Exu. Até m esm o o governante
local acorreu.
Para que um estrangeiro não fosse prej udicado, o chefe local resolveu pagar a
Exu o valor que ele afirm ava ter perdido no incêndio. Contudo, na aldeia não
havia dinheiro suficiente para tanto.
Para com pensar Exu, o rei decidiu, então, proclam á-lo rei de Ij ebu. E todos se
tornaram seus súditos.
Até hoj e há grande dificuldade para o m undo industrializado com preender o
controvertido e o contraditório em Exu, em cuj os relatos nem sem pre o bom é
totalm ente bom e o m au é totalm ente m au, havendo um a busca pelo equilíbrio
cósm ico. Certam ente por essa dificuldade e pelas representações e culto a Exu
na África contribuíram para que, preconceituosam ente, o Orixá fosse associado
ao Diabo hebraico-cristão.
Oriki
O oriki abaixo é um a transcriação de Antonio Risério.
Oriki de Exu (fragm ento)
Lagunã incita e incendeia a savana.
Cega o olho do sogro com uma pedrada.
Cheio de orgulho e de charme ele marcha.
Quente, quente é a morte do delinquente.
Exu não admite que o mercado se agite
Antes que anoiteça.
Exu não deixa a rainha cobrir o corpo nu.
Exu se faz mestre das caravanas do mercado.
Assoa — e todos acham
Que o barco vai partir.
Passageiros se preparam depressa.
Exu Melekê fica na frente.
O desordeiro está de volta.
(…)
Sua mãe o pariu na volta do mercado.
De longe ele seca a árvore do enxerto.
Ele passeia da colina até a casa.
Faz cabeça de cobra assoviar.
Anda pelos campos, anda entre os ebós.
Atirando uma pedra hoje,
Mata um pássaro ontem.
Andarilho, livre, controvertido, senhor do m ercado, cuj as razões e m otivações
conhece plenam ente, não estando preso ao tem po e ao espaço, com o
dem onstram , sobretudo, os últim os dois versos.
O X U M A R É
Filho m ais novo e preferido de Nanã, Oxum aré participou da criação do
m undo, enrolando-se ao redor da terra, reunindo a m atéria, enfim , dando form a
ao m undo. Desenhou vales e rios, rastej ando m undo afora. Responsável pela
sustentação do m undo, controla o m ovim ento dos astros e oceanos. Representa o
m ovim ento, a fertilidade, o continuum da vida: Oxum aré é a cobra que m orde a
própria cauda, num ciclo constante.
Oxum aré carrega as águas dos m ares para o céu, para a form ação das
chuvas. É o arco-íris, a grande cobra colorida. Tam bém é associado ao cordão
um bilical, pois viabiliza a com unicação entre os hom ens, o m undo dito
sobrenatural e os antepassados. Na com unicação entre céu e terra, entre hom em
e espiritualidade/ancestralidade, m ais um a vez se observa a ideia de ciclo
contínuo representada pelo Orixá, a síntese dialética entre opostos
com plem entares.
Nos seis m eses em que assum e a form a m asculina, tem -se a regulagem entre
chuvas e estiagem , um a vez que, enquanto o arco-íris brilha, não chove. Por
outro lado, o próprio arco-íris indica as chuvas em potencial, prova de que as
águas estão sendo levadas para o céu para form arem novas nuvens. Já nos seis
m eses em que assum e a porção fem inina, tem -se a cobra a rastej ar com
agilidade, tanto na terra quanto na água.
Por evocar a renovação constante, pode, por exem plo, diluir a paixão e o
ciúm e em situações onde o am or (irradiação de Oxum ) perdeu terreno. Nesse
m esm o sentido, pode tam bém diluir a religiosidade fixada na m ente de alguém ,
conduzindo-o a outro cam inho religioso/espiritual que o auxiliará na senda
evolutiva.
Em determ inados segm entos e casas de Um banda, Oxum aré aparece com o
um a qualidade do Orixá Oxum .
Características
Anim al: cobra.
Bebida: água m ineral.
Chacra: laríngeo.
Cores: verde e am arelo, cores do arco-íris.
Com em oração: 24 de agosto.
Com idas: batata doce em form ato de cobra, bertalha com ovos.
Contas: verde e am arelas.
Corpo hum ano e saúde: pressão baixa, vertigens, problem as de nervos,
problem as alérgicos.
Dia da sem ana: terça-feira.
Elem ento: água.
Elem entos incom patíveis: água salgada, sal.
Ervas: as m esm as de Oxum .
Flores: am arelas.
Metal: latão (ouro e prata m isturados).
Pedras: ágata, diam ante, esm eralda, topázio.
Pontos da natureza: próxim o de quedas de cachoeiras.
Saudação: Arribobô!, Arroboboi! (“Salve o arco-íris!” ou “Senhor das Águas
Suprem as! dentre tantas possíveis acepções).
Sím bolos: arco-íris, cobra.
Sincretism o: São Bartolom eu.
SINCRETISMO
SÃO BARTOLOMEU
(24 de agosto)
Bartolom eu é citado nos Evangelhos nas quatro enum erações dos Apóstolos.
Bar Tholm ai é filho de Tholm ai (tholm ai é arado ou agricultor). O Evangelho de
João não traz o nom e Bartolom eu, contudo, o nom e Natanael, o conform e a
tradição, trata-se da m esm a personagem .
“Filipe achou Natanael, e disse-lhe: Havem os achado aquele de quem Moisés
escreveu na lei, e os profetas: Jesus de Nazaré, filho de José.
Disse-lhe Natanael: Pode vir algum a coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe:
Vem , e vê.
Jesus viu Natanael vir ter com ele, e disse dele: Eis aqui um verdadeiro
israelita, em quem não há dolo.
Disse-lhe Natanael: De onde m e conheces tu? Jesus respondeu, e disse-lhe:
Antes que Filipe te cham asse, te vi eu, estando tu debaixo da figueira.
Natanael respondeu, e disse-lhe: Rabi, tu és o Filho de Deus; tu és o Rei de
Israel.
Jesus respondeu, e disse-lhe: Porque te disse: Vi-te debaixo da figueira, crês?
Coisas m aiores do que estas verás.
E disse-lhe: Na verdade, na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu
aberto, e os anj os de Deus subindo e descendo sobre o Filho do hom em ”. ( Jó 1:
45-51)
Segundo o breviário rom ano, conform e antiga tradição arm ênia,
“o apóstolo Bartolomeu, que era da Galiléia, foi para a Índia. Pregou àquele povo
a verdade do Senhor Jesus segundo o Evangelho de São Mateus. Depois que
naquela região converteu muitos a Cristo, sustentando não poucas fadigas e
superando muitas dificuldades, passou para a Armênia Maior, onde levou a fé
cristã ao rei Polímio, à sua esposa e a mais de 12 cidades. Essas conversões, no
entanto, provocaram uma enorme inveja dos sacerdotes locais, que por meio do
irmão do rei Polímio conseguiram a ordem de tirar a pele de Bartolomeu e depois
decapitá-lo.”
Santo patrono de diversas atividades ligadas à pele (curtum e, confecção,
com ércio etc.), dentre outros elem entos, certam ente a ele é sincretizado
Oxum aré pelo fato de sua pele ter sido retirada antes da decapitação. Por
associação, o cruel episódio produz paralelism o com a troca de pele pela qual
passam as cobras.
Pierre Verger registra que
“na Bahia, Oxumaré é sincretizado com São Bartolomeu. Festejam-no numa
pequena cidade dos arredores que leva seu nome. Seus fieis aí se encontram, no
dia 24 de agosto, a fim de se banharem numa cascata coberta por uma neblina
úmida, onde o sol faz brilhar, permanentemente, o arco-íris de Oxumaré.”
REG ISTROS
Itãs
Oxum aré não gostava da chuva. Toda vez que chovia m uito, o Orixá apontava
para o céu sua faca de bronze e espantava a chuva, fazendo brilhar o arco-íris.
Certa vez, Olorum ficou cego e pediu aj uda a Oxum aré, que o curou. Contudo,
Olorum tem ia ficar novam ente cego e não deixou Oxum aré voltar à Terra,
determ inando que deveria m orar com ele no Orum . Oxum aré só viria à Terra
vez ou outra, a passeio.
Quando não é visto na Terra, é visto no Céu, com sua faca de bronze, com o
arco-íris parando a chuva.
Relato que explica sim bolicam ente o arco-íris e seu brilho, bem com o sua
relação com a chuva, elem ento que não agradava a Oxum aré e com o qual, por
m eio do arco-íris, dialeticam ente se relaciona.
Oxum aré era babalaô do rei de Ifé. Contudo, não se via respeitado com o, aliás,
acontecera com seu pai.
Então foi a um adivinho, que lhe ensinou um ritual de abundância. No ritual,
deveria oferecer um a faca de bronze, quatro pom bos e m uitos búzios.
Enquanto fazia a oferenda, o rei m andou cham ar Oxum aré, que disse que iria
assim que term inasse o ritual. O rei não gostou da resposta e não pagou algo que
devia a Oxum aré.
Ao retornar para casa, Oxum aré recebeu um recado da rainha Olocum , de
um país vizinho, pedindo-lhe que curasse seu filho. Oxum aré, então, consultou
Ifá, fez as oferendas devidas e o filho de Olocum foi curado. Agradecida,
Olocum deu a Oxum aré riquezas, escravos e um pano azul.
Quando voltou para casa, enriquecido, Oxum aré foi saudar o rei, que se
adm irou da prosperidade e riqueza de Oxum aré, que lhe explicou a origem de
tudo. O rei, vaidoso por natureza, para não se sentir inferior a Olocum , deu a
Oxum aré um a preciosa roupa verm elha e m uitos presentes.
Assim , Oxum aré conquistou riqueza, prosperidade e respeito.
Sem elhante atrai sem elhante. Oxum aré, quanto m ais próspero, m ais
prosperidade atraía, segundo o relato, fiel a suas obrigações.
Oxum aré era m uito bonito e andava bem vestido, pois suas roupas tinham as
cores do arco-íris e suas j óias de ouro e bronze brilhavam . Hom ens e m ulheres
queriam se aproxim ar de Oxum aré e com ele se casar. Porém , ele era solitário,
introspectivo e preferia circular pelo céu, onde era visto em dias de chuva.
Xangô um dia viu Oxum aré passar radiante. Sabendo que não deixava
ninguém se aproxim ar dele, decidiu capturá-lo. Convocou-o para um a audiência
em seu palácio e, quando Oxum aré estava na sala do trono, os soldados
fecharam portas e j anelas, deixando Oxum aré e Xangô na m esm a sala.
Oxum aré não poderia escapar, pois as saídas haviam sido trancadas por fora.
Nesse m eio tem po, Xangô tentava tom á-lo nos braços. Oxum aré, então, clam ou
por Olorum , que o aj udou: Oxum aré transform ou-se em cobra e Xangô o soltou,
tanto por noj o quanto por m edo. Oxum aré deslizou até um a fresta entre a porta e
o piso e fugiu.
Tem pos depois, transform ados em Orixás, Oxum aré ficou encarregado de
levar água do Aiê para o palácio de Xangô no Orum ; contudo, Xangô não pode
se aproxim ar de Oxum aré.
Único, singular, Oxum aré brilha solitário. Por saber rastej ar na terra, é capaz
de figurar no céu (opostos com plem entares). Xangô, em bora servido por
Oxum aré, dele não pode se aproxim ar (para Xangô, neste caso, não ocorre a
síntese entre os opostos com plem entares).
Euá buscava um lugar para viver.
Chegando às cabeceiras dos rios, aí fez sua m orada.
Foi surpreendida pelo arco-íris e por ele se apaixonou.
Era Oxum aré.
Euá com ele se casou. Passou a viver com o arco-íris.
A relação entre a água que evapora e se torna chuva, o encanto do arco-íris, a
conj ugação de elem entos afins que se com plem entam . Não à toa, para alguns
segm entos religiosos, Euá é cobra-fêm ea, Oxum aré é cobra-m acho, tal a
com plem entaridade entre am bos.
Nanã teve dois filhos: Oxum aré e Om olu.
Oxum aré era lindo, Om olu era feio.
Então Nanã cobriu Om olu com palhas para que não fosse visto e ninguém risse
dele.
Quanto a Oxum aré, que tinha a beleza do hom em , da m ulher e das cores,
Nanã o elevou até o céu e aí o pregou, onde pode ser adm irado em suas cores
quando o arco-íris vem com a chuva.
Nota-se que tanto o filho escondido quanto o filho belo figuram em solidão e
distante dos dem ais, inclusive da própria m ãe. Oxum aré e Om olu representam
duas situações distintas, contudo m ais sem elhantes do que à prim eira vista podem
parecer.
Orikis
Transcriado do iorubá por Antonio Risério
Oriki de Oxum aré
Oxumarê, braço que o céu atravessa
Faz a chuva cair na terra
Extrai corais, extrai pérolas.
Com uma palavra prova tudo
Brilhante diante do rei.
Chefe que veneramos
Pai que vem à vila velar a vida
E é tanto quanto o céu.
Dono do obi
13
que nos sacia
Chega na savana ciciando feito chuva
E tudo vê com seu olho preto.
Chuva e prosperidade andam j untas - em especial quando se fala de Oxum aré,
um a vez que a chuva fecunda o solo, traz um pouco do céu à terra, cuj a união é
sim bolizada pelo arco-íris.
PONTOS CANTADOS
Seguem abaixo alguns pontos cantados em que Oxum aré (ou Oxum arê) figura
ora com o Pai, ora com o qualidade de Oxum , conform e visto acim a.
Destaca-se a presença de Angorô (Inquice correspondente a Oxum aré) e
Dandaluna (ou Dandalunda, Inquice correspondente a Iem anj á ou Oxum - neste
contexto, certam ente à últim a).
Maré, maré, maré
Maré, maré, maré Oxum maré
Ele gira no tempo, gira no sol
Com as cores do arco-íris
E a claridade do sol
Tempo ele é cobra, tempo ele é mulher
É Orixá da natureza, ele é Oxum maré
Com seu arco-íris ele renova (Bis)
Ele é o pai da renovação
Fonte de luz ele renova
Pai Oxumarê rê rê rê rê, pai Oxumarê pra nos proteger
Estamos a saudar
Aro boboi aro boboi pra nos proteger
Oxumarê é o rei
Ô que nos astros mora
Venha ver seus filhos
Que tanto te adoram
Aiê Aia Dadaluna
Danda la sedunda
Olanda luna se e se (Bis)
Cadê aquela cobra que eu mandei buscar?
É jarecuçu, é cobra coral
Eu vejo um arco-íris
Eu vejo um tesouro
É uma cobra
Toda feita de ouro (Bis)
Aroboboi aroboboi
É cobra
Toda feita de ouro
A bandeira de Oxumarê é tão bonita
Cobre o céu em formoso
Arco-íris
É celestial é aroboby
Oxumarê é celestial
Me lava…
Me lava…
Me lava nas suas águas, Oxumarê
Me lava
As águas da cachoeira têm magia, têm poder…
Me lava nas suas, ó meu Pai Oxumarê.
Olhei pro céu ôô
O sol brilhou ôô
O arco-íris apareceu
Anunciando que Oxumarê chegou
Abençoava todos filhos seus
Sete cores tem seu arco-íris
Sete pedidos você faça
E quando alcançar
Vai no mar…
Agradecer a Oxumarês
Oxumarê
Tatê, Oxumarê
Ele é maré
Tatê, Oxumarê.
Oxumarê ta kerê
Oh ta kerê
Oh ta Kerê
Quebra cabaça Angorô (Bis)
Dandaluna aqui chegou
Nas águas serenas da lagoa
Uma estrela apareceu
E foi como num sonho
A estrela desapareceu
Em seu lugar eu vi
Uma cobra das águas aparecer
Formou-se arco-íris
Eu gritei para ele me valer
Oxumarê venha me socorrer!
Dizem que Xangô
Mora nas pedreiras
Mas não é lá sua morada verdadeira (2X)
Xangô mora numa cidade de luz
Onde mora Santa Bárbara, Oxumaré e Jesus (2X)
Olha eu
Olha eu, Mamãe Oxum (2X)
Olha eu, Mamãe Oxum
Olha eu, Oxumaré (2X)
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