SINCRETISMO
SENHOR DO BONFIM
(Lavagem do Bonfim : terceira quinta-feira de j aneiro).
A devoção ao Senhor do Bonfim , em Salvador, destaca-se no século XVIII por
um a prom essa feita por um capitão de m ar e guerra que, cum prindo-a, fez trazer
um a im agem de Setúbal (Portugal). A im agem ficou na Igrej a da Penha até
1754, quando foi transferida para a parte interna da Capela do Bonfim , que j á
estava pronta.
A Festa da Lavagem do Bonfim é um ritual sincrético que rem onta às
cham adas Águas de Oxalá, celebradas especialm ente no Candom blé com ritual
próprio.
REG ISTROS
Itãs
Oxalá e Exu disputavam para ver quem era o Orixá m ais antigo. Então, foi-
lhes proposta um a luta. Os dois foram até Ifá; contudo, apenas Oxalá realizou
oferendas.
Num a praça em Ifé, no dia com binado, Oxalá derrubou Exu três vezes. Três
vezes Exu se levantou.
Os que acom panhavam a luta diziam para Exu usar seus poderes m ágicos.
Então, Exu pegou um a pequena cabaça, abrindo-a na direção de Oxalá. Um a
fum aça branca descoloriu a pele de Oxalá, que tentou voltar à cor original, m as
não conseguiu.
O golpe da vitória foi de Oxalá, que obrigou Exu a lhe entregar a cabaça de
onde saíra a fum aça branca. Exu assim o fez.
Assim , Oxalá foi aclam ado vencedor. Para sem pre ficou com a cabaça de
Exu. Desde então, Oxalá passou a m arcar seus devotos com o albinos.
Oxalá perguntou a Ifá, por m eio dos babalaôs, qual o m elhor cam inho para sua
vida. Os babalaôs o aconselharam a fazer um a oferenda com um a cabaça de sal
e um pano branco para não sofrer dificuldades. Oxalá desconsiderou o conselho.
Enquanto Oxalá dorm ia, Exu entrou em sua casa e am arrou um a cabaça de
sal nas costas de Oxalá, que, quando acordou pela m anhã, estava corcunda.
Oxalá tornou-se protetor dos corcundas, dos aleij ados e dos albinos e nunca
m ais consum iu sal.
Na África, sobretudo, afirm a-se que albinos, corcundas e outros são regidos
por Oxalá.
Oxalá era rei de Ej igbô, estava sem pre guerreando e tinha um grande apetite.
Com ia pom bos, caracóis e canj ica; contudo, seu prato predileto era o inham e.
Com o era dem orado am assar o inham e, as refeições duravam um longo período.
Então, após consultar os babalôs e oferendar Exu, inventou o pilão. Pôde,
assim , com er à vontade e dedicar-se à guerra. Ele, que j á era conhecido por
m uitos nom es, tam bém passou a ser cham ado de Oxaguiã, ou sej a, “Orixá que
com e inham e pilado”.
O pilão é associado ao Orixá e aparece com o elem ento sim bólico em rituais
com o as celebrações das Águas de Oxalá.
Dois irm ãos disputavam o reino do pai. O príncipe m ais novo venceu a disputa
e, conform e o costum e, deveria m atar o irm ão para evitar futuras vinganças. Por
am ar dem ais o irm ão, não o m atou, m as cortou-lhe o pênis - evitando, assim , que
tivesse descendentes. E, para que o príncipe derrotado não vivesse sozinho, deu-
lhe um a esposa; porém , costurou-lhe a vagina, para que não tivesse relações
sexuais com outros hom ens.
O casal foi viver em um lugar afastado, trabalhando para Oxaguiã. O hom em
cultivava os inham es e a esposa os pilava para Oxaguiã, que percebia o quanto o
casal vivia triste.
No reino do irm ão vencedor, a peste aniquilou a todos.
Oxaguiã, com pena do casal, abriu a vagina da m ulher e fez um pênis para o
hom em com a m assa do inham e. O casal teve relações sexuais e teve m uitos
filhos.
Em dias de preceito, hom em e m ulher não m antêm relações sexuais em
lem brança ao tem po em que não podiam sentir os prazeres do corpo e ter filhos,
situação revertida pelo Orixá, que deve ser honrado e reverenciado.
Oxalá, Pai da Vida e aquele que form ou o corpo hum ano, tam bém aparece
aqui com o patrono da reprodução.
Antes, o m undo era cheio de água, um verdadeiro pântano sem terra firm e.
No Orum (em tradução livre: Plano Espiritual, Céu) viviam , além de Olorum , os
Orixás, que vez ou outra vinham ao Aiê (em tradução livre: Terra) para brincar
nos pântanos, descendo por teias de aranha. Até que, um dia, Olorum cham ou
Oxalá, dizendo querer criar terra firm e no Aiê e encarregando dessa tarefa o
grande Orixá - a quem deu um a concha, um a pom ba e um a galinha com cinco
dedos em cada pé.
Oxalá desceu até o pântano e verteu a terra da concha, colocando sobre ela a
pom ba e a galinha, que com eçaram a ciscar, espalhando a terra da concha até se
form ar terra firm e por toda parte. Oxalá foi até Olorum e lhe com unicou o
resultado da tarefa. Olorum enviou um cam aleão ao Aiê, o qual não pôde andar
no solo pois ainda não era tão firm e. O cam aleão relatou a experiência a Olorum
e tornou a voltar ao Aiê, onde encontrou terra realm ente firm e e am pla, podendo
a vida ali se desenvolver.
O lugar ficou conhecido com o Ifé (“am pla m orada”). Oxalá prosseguiu em
sua tarefa de criar o m undo e tudo o que ele contém .
Relato cosm ogônico iorubá da criação do m undo. Obviam ente, há outras
versões.
Oriki
O oriki abaixo é um a transcriação (processo m ais com plexo e profundo que a
tradução) do iorubá feita por Antonio Risério.
Oriki de Oxalá
Obatalá Obatarixá
Grande comedor de caracol
Faz o vivo virar vários
Verso e reverso do universo
Oleiro de crianças
Pedra no fundo da água
Oliuá ió xenxém
Cuida do ori de quem merece
Faz o estéril fértil
Cuida do ori de quem merece
Envolto no branco do branco
Dorme no branco do branco
De dentro do branco rebrilha
Ilumina o rumo do rumo.
Senhor completo
Senhor total
Pai
PONTOS CANTADOS
Pombinha branca
Pombinha que corta o ar
Meu Divino Espírito Santo
Mensageiro de Oxalá
Rezo esta prece
A Ti peço proteção
Para os filhos de Umbanda
Paz, Amor e União
Oxalá, meu Pai
Aceita esta romaria (2X)
Teus filhos que vêm de longe, meu Pai
Não podem vir todo dia (2X)
Na Um banda, todos se reúnem sob as bênçãos de Oxalá, conform e registram
os dois pontos cantados acim a.
MPB
Toda sexta-feira
(Adriana Calcanhoto)
Toda sexta-feira, toda roupa é branca
Toda pele é preta
Todo mundo canta
Todo céu magenta
Toda sexta-feira, todo canto é santo
E toda conta
Toda gota
Toda onda
Toda moça
Toda renda
Toda sexta-feira
Todo o mundo é baiano junto
Na sexta-feira, o Povo de Santo, sobretudo os candom blecistas, vestem -se de
branco. A cidade de Salvador adotou essa tradição - a qual, aliás, vem dos antigos
haussás
6
escravizados no Brasil.
Hino do Senhor do Bonfim
(Arthur de Salles e João Antônio Wanderley )
Glória a ti neste dia de glória
Glória a ti, Redentor, que há cem anos
Nossos pais conduziste à vitória
Pelos mares e campos baianos
Refrão
Desta sagrada colina
Haussá: relativo aos haussás, povo que vive no oeste do Sahel
Mansão da misericórdia
Dai-nos a graça divina
Da justiça e da concórdia
Glória a ti nessa altura sagrada
És o eterno farol, és o guia
És, senhor, sentinela avançada
És a guardo imortal da Bahia.
Aos teus pés que nos deste o direito
Aos teus pés que nos deste a verdade
Trata e exulta num férvido preito
A alma em festa da nossa cidade
O hino foi com posto em 1923, e trata da relação sincrética entre Oxalá e o
Senhor do Bonfim .
O G U M
Filho de Iem anj á, irm ão de Exu e Oxóssi, deu a este últim o suas arm as de
caçador. Orixá do sangue que sustenta o corpo, da espada, da forj a e do ferro, é
padroeiro daqueles que m anej am ferram entas, tais com o barbeiros, ferreiros,
m aquinistas de trem , m ecânicos, m otoristas de cam inhão, soldados e outros.
Patrono dos conhecim entos práticos e da tecnologia, sim boliza a ação criadora do
hom em sobre a natureza, a inovação, a abertura de cam inhos em geral. Foi
casado com Iansã e posteriorm ente com Oxum , entretanto, vive só, pelas
estradas, lutando e abrindo cam inhos.
Senhor dos cam inhos (isto é, das ligações entre lugares, enquanto Exu é o dono
das encruzilhadas, dos cam inhos em si) e das estradas de ferro, protege as portas
de casas e tem plos. Sendo senhor da faca, no Candom blé, suas oferendas rituais
vêm logo após as de Exu. Vale lem brar que, tradicionalm ente, o Ogã de faca,
responsável pelo corte (sacrifício anim al), cham ado Axogum , deve ser filho de
Ogum .
Responsável pela aplicação da Lei, é vigilante, m arcial, atento. Na Um banda,
Ogum é o responsável m aior pela vitória contra dem andas (energias deletérias)
enviadas contra alguém , um a casa religiosa etc. Sincretizado com São Jorge,
assum e a form a m ais popular de devoção, por m eio de orações, preces, festas e
m úsicas diversas a ele dedicadas.
Características
Anim ais: cachorro, galo verm elho.
Bebida: cervej a branca.
Chacra: um bilical.
Cor: verm elha (azul rei, verde).
Com em oração: 23 de abril.
Com idas: cará, feij ão m ulatinho com cam arão e dendê, m anga espada.
Contas: contas e firm as verm elhas leitosas.
Corpo hum ano e saúde: sistem a nervoso, m ãos, pulso, sangue.
Dia da sem ana: terça-feira.
Elem ento: fogo.
Elem ento incom patível: quiabo.
Ervas: peregum verde, são-gonçalinho, quitoco, m ariô, lança-de-Ogum ,
coroa-de-Ogum , espada-de-Ogum , canela-de-m acaco, erva-grossa, parietária,
nutam ba, alfavaquinha, bredo, cipó-chum bo.
Essência: violeta.
Flores: cravos, crista de galo, palm as verm elhas.
Metais: ferro, aço e m anganês.
Pedras: granada, rubi, sardio, lápis-lazúli, topázio azul.
Planeta: Marte.
Pontos da natureza/de força: estradas e cam inhos, estradas de ferro, m eio da
encruzilhada.
Saudação: Ogum iê!; Patacori! – esta saudação a Ogum significa “Cabeça
coroada!” ou “Aquele que corta cabeças!”. A segunda acepção pode parecer
violenta, m as, na Um banda, entende-se que Ogum corta o Ori dos pensam entos
velhos, para que o Ori renovado cresça, se desenvolva.
Sím bolos: espada, ferram entas, ferradura, escudo, lança.
Sincretism o: São Jorge, Santo Antônio.
SINCRETISMO
SÃO JORGE
(23 de abril)
Mártir da fé cristã do século IV, cavaleiro da Capadócia que, segundo a lenda,
teria vencido um dragão.
REG ISTROS
Itãs
Em Ifé, Orixás e seres hum anos conviviam , caçavam e plantavam com
instrum entos de m adeira, m etal m ole ou pedra.
A população cresceu de tal form a que com eçou a escassear alim ento. Os
Orixás se reuniram para deliberar sobre o aum ento da lavoura.
Ossaim se dispôs a lim par o terreno; porém seu instrum ento de trabalho não
tinha a firm eza suficiente, era de m etal m ole.
Assim aconteceu com os dem ais Orixás.
Ogum , que conhecia o segredo do ferro, m anteve-se calado.
Quando os dem ais Orixás j á haviam tentado lim par o terreno, Ogum
conseguiu realizar a tarefa com seu facão de ferro.
Todos ficaram adm irados. Ogum revelou que havia recebido de Orunm ilá o
segredo do ferro.
Ogum tornou-se rei e, em troca, ensinou aos Orixás e aos hom ens o segredo do
ferro, im portante para a agricultura, a caça e a guerra. Mesm o rei, Ogum
continuou um caçador a em brenhar-se na m ata.
Certa ocasião, voltou da floresta depois de m uitos dias, suj o, foi desprezado
pelos Orixás, que resolveram não tê-lo m ais com o rei.
Ogum banhou-se e vestiu-se com m ariô (folhas de palm eiras desfiadas) depois
partiu com suas arm as para Irê.
Os hum anos não o esqueceram e sem pre o celebram com o senhor do ferro.
Orixá da tecnologia e da cultura (tudo o que é criado pelo hom em ), Ogum é
patrono do progresso e do aprendizado hum ano.
Ogum havia partido para um a de tantas guerras das quais voltava vitorioso.
Chegou a Irê, sua cidade, fam into e com sede, m as ninguém parecia notar sua
presença, não falavam com ele ou m esm o olhavam em seus olhos.
A cidade toda guardava silêncio em ritual, m as Ogum não se deu conta disso.
Sentindo-se ofendido, sacou sua espada e cortou a cabeça dos filhos de seu
próprio povo.
Quando o período de silêncio em term inou, o filho de Ogum e os súditos que
sobreviveram à m atança vieram prestar-lhe hom enagens. Ogum , então, se deu
conta do engano e não se deu m ais sossego.
Achando que não podia m ais ser rei, cravou sua espada no chão, que se abriu e
o engoliu. Com sua ira incontida, Ogum encontra sua som bra. Mas não se deixa
paralisar pela dor e galga novo degrau evolutivo, tornando-se Orixá. Sacraliza-se
e diviniza-se, assim , por m eio do aprendizado doloroso, integrando sua som bra e
sua luz, para poder adentrar num novo reino. Ogum foi para o Orum e, assim ,
tornou-se Orixá.
Ogum vivia com seus irm ãos Exu e Oxóssi na casa de seu pai, Obatalá, e sua
m ãe, Iem anj á. Sentindo-se atraído por sua m ãe, tentou violentá-la diversas vezes,
sendo im pedido pelos irm ãos.
Um dia, o próprio pai o surpreendeu num a de suas tentativas. Antes que
Obatalá o castigasse, Ogum pediu que deixasse que ele m esm o escolhesse seu
castigo.
Assim , passou a viver solitário, inclusive sem os cães que tanto adorava,
trabalhando. Apenas Oxóssi sabia de seu paradeiro. Ogum preparava pós
especiais, e o m undo todo acabou por conhecer seu talento.
Um dia, Oxum chegou a sua casa e Ogum , tendo experim entado seus
encantos, dela se enam orou.
Revogou-se, assim , seu castigo.
Este é outro relato que trata da integração de som bras e luz da personagem ,
por m eio de aprendizado doloroso e solitário. O tem a tabu do incesto e de
tentativas (concretizadas ou não) de ultrapassá-lo aparece nos itãs de diversos
Orixás.
Oriki
O oriki abaixo foi transcriado do iorubá por Antonio Risério:
Silêncio. Cale-se a fala.
Nada na casa em nada bata.
Inhame novo ninguém vai pilar.
Ninguém vai moer nada.
Não quero ouvir menino vagindo.
Cada mãe que amamente o seu filho.
Quando Ogum despontou
Vestido de fogo e sangue
O pênis de muitos queimou
Vagina de muitas queimou.
Senhor do ferro
Que enraivecido se morde
Que fere, ferroa e engole
Não me morda.
Ogum foi a Pongá - Pongá ruiu
Foi a Akô Irê - Irê ruiu
Chegou ao rio - e as águas dividiu.
Terror que golpeia a vizinhança.
Ogum Oboró, comedor de cães, toma teus cães.
Ogum Onirê sorve sangue.
Molamolá fareja farelos.
Dono da lâmina, cabelo come
Senhor da circuncisão, come caracol
Ogum entalhador, madeira come.
Suminiuá, Ajokeopô.
Não me torture, Ogum terror.
Mão comprida
Que livra teus filhos do abismo
Livra-me.
Ogum é retratado em seus aspectos m ais terríveis e devastadores, com sua
força geralm ente incontida.
PONTOS CANTADOS
Querem destruir o meu reinado
Mas Ogum tá de frente
Mas Ogum tá de frente
Eu sou filho de Ogum
Tenho o meu corpo fechado
Eu sou filho de Ogum
Mal nenhum vai virar pro meu lado
Quando Oxalá criou a Umbanda
Ogum tomou conta do congá (2X)
Olhe os espinhos da roseira, Ogum iê
Não deixe seus filhos sofrer, Ogum Megê (2X)
Os dois pontos cantados acim a evidenciam Ogum com o cavaleiro protetor,
tradicionalm ente “o que vence dem andas”, protegendo os filhos das energias
deletérias.
MPB
Ogum
(Zeca Pagodinho)
Eu sou descendente Zulu
Sou um soldado de Ogum
Um devoto dessa imensa legião de Jorge
Eu sincretizado na fé
Sou carregado de axé
E protegido por um cavaleiro nobre
Sim, vou à igreja festejar meu protetor
E agradecer por eu ser mais um vencedor
Nas lutas, nas batalhas
Sim, vou ao terreiro pra bater o meu tambor
Bato cabeça, firmo ponto sim senhor
Eu canto pra Ogum
Ogum
Um guerreiro valente que cuida da gente que sofre demais
Ogum
Ele vem de aruanda ele vence demanda de gente que faz
Ogum
Cavaleiro do céu, escudeiro fiel, mensageiro da paz
Ogum
Ele nunca balança, ele pega na lança, ele mata o dragão
Ogum
É quem dá confiança pra uma criança virar um leão
Ogum
É um mar de esperança que traz abonança pro meu coração
Cowboy Jorge
(Jorge Benj or)
Toca, Toca, Toca, Jorge
Toca, Toca, Toca, Jorge
Ogum [Ogum] Ogum [Ogum] Ogum [Ogum]
Dia 23 continua sendo
Dia de cowboy Jorge
Dia 23 continua sendo
Dia de cowboy Jorge
Na terra, no mar, na terra, no ar
Na terra, no mar, na terra, no ar
Jorge toca com 23 tambores
Jorge toca pra 23 amores
Jorge toca com 23 batuqueiros
Jorge toca para 23 terreiros
Na terra, no mar, na terra, no ar
Na terra, no mar, na terra, no ar
Jorge toca para Deus e para os Santos
Toca pra as crianças e para os anjos
Toca para seu amigo que sofre do coração
Toca para o bem geral da nação
Toca para alegria dominical
Toca para o homem e o animal
Toca para um gol de placa
Para a sensualidade da sua amada
Na terra, no mar, na terra, no ar
Na terra, no mar, na terra, no ar
Jorge toca para a lua e para o sol
Toca para a chuva e para o vento
Toca para o acontecimento do nascimento
Dessa criança, dessa esperança
Dessa bonança, salve essa criança
Na terra, no mar, na terra, no ar
Na terra, no mar, na terra, no ar
Toca, Toca, Toca, Jorge
Toca, Toca, Toca, Jorge
Ogum [Ogum] Ogum [Ogum] Ogum [Ogum]
Ogum de ronda
(Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro)
Na ronda de Ogum
Meu Santo protetor
Com o poder de sua espada
Eu defendo meu amor
É o guardião da Terra
O maior dos Orixás
Ogum é o deus da guerra
Mas guerreia pela paz
Onde eu for que o mal se esconda
E não saia de onde está
Porque eu tenho Ogum de Ronda
No clarão do meu olhar.
Tem sam ba no m ar
(Roque Ferreira e Paulo César Pinheiro)
O cavalo de São Jorge foi passear na areia
Vamos fazer samba que o santo guerreiro hoje está na aldeia
Tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia
Oi, tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia
É que diz o povo
Que hoje a poliça não “contrareia”
Tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia
Quando o cavalo de São Jorge “corcoveia”
O que é que cai de seu alforje, lua cheia
Luz que “alumeia” quem samba na beira do mar, sereia
Luz que clareia no samba só me faz lembrar candeia
Vem sambar, que tem samba no mar
Vem sambar que tem samba no mar
Não “vadeia” “quelé” Clementina, não “vadeia”
Eu queria poder pegar na cintura dela
Eu queria poder pegar na cintura dela
Mas seu namorado está de olho nela
Mas seu namorado está de olho nela
O cavalo de São Jorge foi passear na areia
Vamos fazer samba enquanto o cavalo de Ogum passeia
Tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia
Oi, tem samba no mar, sereia
Tem samba no mar, sereia…
Na Música Popular Brasileira, Ogum foi sincretizado com São Jorge, figura
com o o grande cavaleiro protetor, defensor, força potente a isolar e proteger de
energias negativas, abrindo os cam inhos de todos e auxiliando a cam inhar com
m ais firm eza.
Compartilhe com seus amigos: |