ALDO LAVAGNINI
MANUAL
DO
APRENDIZ
MAÇOM
A MAÇONARIA REVELADA
ESTUDO INTERPRETATIVO SOBRE O VALOR INICIÁTICO DOS SÍMBOLOS E
ALEGORIAS DO PRIMEIRO GRAU MAÇÔNICO E MÍSTICA DOUTRINA QUE
NELES SE ENCERRA
TRADUÇÃO: Roger Avis
PORTO VELHO – RO – 2008
Manual do Aprendiz Maçom – Aldo Lavagnini
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Manual do Aprendiz Maçom – Aldo Lavagnini
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PREFÁCIO À TERCEIRA EDIÇÃO
Ao apresentar esta terceira edição, especialmente destinada aos maçons latino-
americanos, de nosso primeiro Manual, acreditam nosso dever agradecer de todo
coração a todos os QQ.'. IIr.'. Que tiveram conhecimento da primeira, pela
verdadeiramente bondosa e cordial acolhida que em todos os países de língua
hispânica foi dispensada.
Isto se deve sem dúvida, fundamentalmente, ao fato de que o impulso espiritual
pelo qual muitos foram atraídos entre as colunas da Augusta Instituição -cujo objeto é
lavrar o progresso da Humanidade sobre a tríplice base da educação moral, do
progresso espiritual e do melhor discernimento e cumprimento de nossos deveres-
desperta em seu interior o desejo, primeiro latente, de penetrar o significado profundo
dos símbolos e da Sociedade, assim como das possibilidades que nos revelam em sua
compreensão.
Esta obra, e as que sobre o mesmo tema se têm escrito e se escreverão,
simplesmente respondem, no mecanismo universal da Lei de Casualidade, ao desejo de
conhecer, que constitui o orçamento indispensável de toda aprendizagem, e o único que
pode nos dar a chave para penetrar no Santuário luminoso da Eterna Verdade. Nada
podemos conhecer sem antes ter obtido o desejo de sabê-lo, e nenhuma verdade
podemos aceitar, que não venha de fora, se essa verdade não corresponder a um desejo
interior, no qual já se encontra num estado de obscura intuição.
O livro se dirige, pois, unicamente aos que desejam conhecer a razão e a
profunda base espiritual de nossa Ordem; os que não se conformam em ver nela
somente uma sociedade cordial de homens honrados que se assistem mutuamente e se
ocupam de beneficência, mas que querem encontrar nela os meios e as diretivas para se
fazerem verdadeiros operários do progresso humano.
E sabemos que seu número cresce silenciosa e continuamente, e que não
deixam de se fazer, por meio da coerência a seus ideais e convicções, a mística
"levedura" que deverá elevar a Instituição à altura de suas maiores possibilidades.
Em toda a maçonaria latino-americana pode se ver atualmente este estado de
inquietação, que é em si uma profecia evidente do Novo Espírito que na mesma deve se
ter em mente -aquele Espírito que deve fazê-la no Novo Mundo um dentre os maiores
fatores que devem cooperar ao estabelecimento da Nova Era humana: de uma
civilização baseada sobre os valores humanos, morais e ideais, mais que sobre os
valores materiais. Uma sociedade que tenha como principal objeto o progresso, a
felicidade e o bem-estar de todos os homens, reconhecendo que o verdadeiro bem de
cada um se acha intimamente unido ao maior bem de todos os demais.
A todos os operários da Paz, da Harmonia e da Solidariedade, em qualquer
campo que trabalhem, vai com este livro a Mensagem de um comum desejo que farão
efetivas, num amanhã não muito longínquo, a paz, a harmonia, a solidariedade, o bem-
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estar e a prosperidade sobre toda a superfície da terra. Escrevemos estas palavras
enquanto perdura ainda a lembrança da guerra fratricida que ensangüentou os campos
e as cidades da Espanha, enquanto segue ainda a luta no Longínquo Oriente, e
enquanto na Europa não se dissipam ainda escuras ameaças e fundos temores. Mas,
detrás destas sombras e destes nuvarrões vemos a partir de agora o princípio claro e
luminoso de uma nova esplêndida Aurora, na qual devem se destacar e resplandecer
todos os desejos, ideais e aspirações de progresso que se maturaram e se vão
maturando nestes períodos mais escuros.
Ideais, diretivas e orientações claras e seguras: eis aqui a vital necessidade do
momento atual. Unicamente nelas pode apoiar uma disciplina clara e iluminada,
coerente e homogênea que tem que constituir a grande força do Centro -expoente de
todos os homens que pensam e sabem- que deve dominar, equilibrar e paulatinamente
absorver todas as tendências extremistas, igualmente indesejáveis. Desta força devem
se fazer núcleo, senão a Maçonaria como instituição, os maçons individualmente, que
compreendem os deveres e privilégios inerentes no estudo e na prática da Arte.
O estudo da Verdade e a prática da Virtude, que é essencialmente coerência à
primeira em pensamentos, palavras e obras: eis aqui os instrumentos poderosos de que
dispõe todo maçom consciente de sua qualidade -o Compasso e o Esquadro simbólicos
que deve entrelaçar em sua atividade, e com os quais torna efetivo também seu
progresso individual.
Nossa obra impessoal, como a própria Verdade que nos fala com cada um no
místico recolhimento de nosso próprio Quarto de Reflexão, dirige-se por esta razão
mais íntima e diretamente a todo maçom, para encaminhar e guiar seus passos no
Santuário da Compreensão, onde, entretanto, só pode entrar por seus próprios
esforços. Por esta razão desejamos que o leitor faça completa abstração da
personalidade de quem a escreveu, e que simplesmente a considere uma Voz Amiga, ou,
como a Voz da Verdade que fala em seu próprio foro interior.
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A impessoalidade desta obra e a natureza íntima e secreta de sua Fonte principal, não nos dispensam de
dar o devido crédito a todos os que nos precederam na interpretação do simbolismo maçônico, e cuja obra
inspirou nosso trabalho, que, sem ser inteiramente original, não o deixa de ser em sua maior parte. Entre
os que mais se adiantaram a esta interpretação e cuja guia e inspiração nos foram mais preciosas,
acreditamos dever citar especialmente a Oswald Wirth, com seus Manuais para os três graus, sua formosa
revista Le Symbolisme e demais obras esotéricas, ilustradas por desenhos originais, alguns dos quais
aproveitamos neste livro e nos seguintes.
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