A TV e as mídias digitais: uma nova forma de ensino em História
Por: Diones Franchi
As imagens são importantes para a história, desde épocas passadas tudo que tivesse uma visualização era importante para o entendimento do individuo, por isso muitos desenhos de acontecimentos históricos foram retratados por diversos artistas. A TV veio como um novo artifício, mas aqui podemos dar destaque para todos os meios que se inserem imagens, entre eles as mídias digitais. Entendemos mídias digitais, como o conjunto de veículos e aparelhos de comunicação baseados em tecnologia digital, que permitem a distribuição ou comunicação digital de obras intelectuais, visuais e sonoras.
Durante muito tempo autores que discutem o ensino de história, se preocupam com a necessidade de um novo formato de ensino e sua aplicação aos docentes.
De acordo com Shimidt, 2007, existem há muito tempo uma preocupação com as reformas curriculares de História, mas não havia uma aplicação desde 1971, onde Pratss, 2001, já criticava que o ensino de história não tinha objetivo como resultado de aprendizagem para o aluno construir seus conceitos e as leis sobre o passado. Sua proposta era que o ensino de história local servisse para oferecer e enriquecer as explicações da história geral e não para destruir a história.
Apenas em 1990 que o governo brasileiro ampliou e modificou os parâmetros curriculares, através de novas indicações de concepções, conteúdos e metodologias passaram a ser incorporadas, oficialmente ao ensino de história.
Busca-se há muito tempo a consciência histórica através do universo das imagens que são inseridas no contexto histórico. Em função disso, o sujeito deve fornecer através da percepção, princípios metodológicos para formação de um conhecimento histórico.
A TV e as mídias digitais seriam um material de importante utilidade, quando usados com responsabilidade e conhecimento.
Temos programas da TV com conteúdo histórico que podem ser aproveitados no ensino de história, tais como a TV Cultura, TV Brasil, Canal Curta, Canal History, Canal National Geographic, Canal Discovery entre outros.
Programas históricos na TV e mídias digitais servem de instrumento para enriquecer culturalmente as informações transmitidas, levando o aluno para um ambiente da época, transportando-o para dentro da cena como se estivesse fazendo parte do cenário apresentado.
O interesse e motivação dos alunos aumentam sempre quando eles se tornam responsáveis pelo seu próprio processo de estudo. O ensino ativo permite que o aluno desenvolva a sua capacidade de ser crítico, de se expressar, de questionar, de criar e de ter uma autodisciplina nas tarefas escolares, contribuindo para que da atividade individual siga para a construção coletiva.
No caso da TV podem-se utilizar muitos gêneros para trabalhar no ensino de história, mas de acordo com Napolitano in Bittencourt, 2010, existem três grandes gêneros citados e importantes: o telejornal, teledramaturgia e os telefilmes, principalmente os seriados. O autor destaca que os seriados são os mais fáceis de conseguir para a reprodução em sala de aula. Nesse caso vale as regras de análise para os conteúdos de filmes cinematográficos, guardada as diferenças entre linguagem fílmica, de cinema e de TV. A teledramaturgia é importante devido à qualidade técnica e a linguagem peculiar, não faltaria material instigante ao professor para que ele iniciasse seu trabalho.
Imagens antigas do trabalho televiso, não são fáceis de encontrar, mas com a dedicação do professor é possível vasculhar e encontrar imagens e arquivos em vídeos importantes da década de 60 e 70 produzidos pela TV. Não podemos partir do principio que a televisão seja manipuladora de consciências e que veiculem conteúdos de baixo nível. Existem programas de qualidade, principalmente na TV a Cabo e na internet onde o professor pode se assegurar de matérias bem preparadas e com rico material cultural. Temos que deixar claro, que a escrita na sala de aula não deverá ser totalmente substituída pelo meio visual, mas sim, uma ferramenta para auxiliar o ensino de história.
A consciência histórica pode ser algo inerente ao humano, mas não podemos negar que ela seja mutável, ou que possa se tornar mais complexa com o aprendizado.
Na evolução tecnológica surgem novos dispositivos midiáticos moldando comportamentos do individuo e de toda a sociedade.
Sabemos que a televisão é capaz de manipular as pessoas que realmente são manipuláveis. Por isso a necessidade de buscarmos uma educação de qualidade, capaz de incitar pessoas a ter um pensamento crítico, sobre aquilo que vemos e ouvimos, também através das mídias digitais.
Referências Bibliográficas
BITENCOURT, Circe Maria. In: NAPOLITANO, Marcos. O saber histórico na Sala de Aula. São Paulo: Ed: Contexto, 2010
SHIMIDT, Maria Auxiliadora. In: GASPARELLO, Arlette Medeiros; MAGALHÃES, Marcelo de Souza (orgs). Ensino de História: Sujeito Saberes e Práticas. Rio de Janeiro: Ed: Mauad X: Faperj, 2007.
PRATS, Joaquim Christa. El estúdio de la historia local como opción didáctca. ¿Destruir o explicar la Historia? In: PRATS, J. Ensenar Historia. Notas para una didactica renovadora. Mérida: Junta de Extremadura, 2001.
MARTIN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 1997.
Diones Franchi é jornalista e Especialista em Comunicação e História.
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